FNAM solicita audiência ao Presidente da República para discutir SNS
Sindicato sublinha a necessidade de obter um acordo com o governo para resgatar a carreira médica e garantir futuro do SNS. Após 15 meses de negociações infrutíferas com o Ministério da Saúde a FNAM propõe a nomeação de um mediador independente para que seja possível chegar a um entendimento.
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) escreveu uma carta aberta ao Presidente da República, onde relata a situação atual do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que considera ser de emergência. O sindicato pretende marcar encontro com Marcelo Rebelo de Sousa para discutir medidas que considera cruciais para o SNS.
Joana Bordalo e Sá, presidente da FNAM, afirma que o SNS enfrenta atualmente desafios significativos, com 17% da população sem acesso a médico de família, longas esperas por consultas de especialidade nos hospitais, exigências intensas ao nível do ambiente de trabalho, incluindo longas horas nas urgências e falta de tempo para formação dos futuros médicos.
A presidente da FNAM, afirmou que a organização que dirige está empenhada em resolver a atual situação do SNS e que é imperativo melhorar as condições de trabalho dos profissionais. Sublinha que esse esforço não só é determinante para garantir dignidade no trabalho mas também para assegurar um atendimento de qualidade aos utentes.
A presidente da FNAM, afirmou que os médicos em Portugal estão entre os mais mal pagos, consequência da ausência de aumentos salariais ao longo dos últimos doze anos. As pouco competitivas condições salariais aliadas à deterioração contínua das condições de trabalho são para Joana Bordalo e Sá um fator que tem contribuído para a emigração de profissionais de saúde e também para a sua passagem para o setor privado, o que resulta na destruição das equipas médicas, segundo a dirigente.
Joana Bordalo e Sá, aponta a falta de desenvoltura por parte do ministro da saúde Manuel Pizarro como motivo para a dificuldade em alcançar um acordo. A proposta apresentada pelo governo que contemplava um aumento salarial de apenas 1.6% é considerada inaceitável pela presidente da FNAM. Nesse contexto, Joana Bordalo e Sá expressou a urgência de desbloquear a situação e sugere que seja nomeado um mediador.
Com a carta aberta enviada pela FNAM a Marcelo Rebelo de Sousa, Joana Bordalo e Sá espera que o poder de influência do Presidente da República possa convencer o governo da importância de nomear um mediador para este processo negocial, aceite por todas as partes, que defenda o Serviço Nacional de Saúde e que possa ajudar a superar o impasse atual.
A FNAM enfatiza que um acordo benéfico para os médicos teria repercussões positivas para o Serviço Nacional de Saúde e aponta como determinante a atração de mais profissionais de saúde para o SNS. Entre as reivindicações da FNAM estão aumentos salariais, redução de horas de trabalho e a reintrodução do regime de dedicação exclusiva.
Fotografia: FNAM