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Maria Luiza Jobim trouxe “Azul” ao Salão Brazil

Maria Luiza Jobim veio a Coimbra, a convite da Rádio Pessoas, no passado dia 28 de julho, apresentar o seu mais recente álbum, “Azul”. Segundo a própria, este trabalho, lançado em junho, traduz o seu momento atual: uma fase de reencontro com a sua cidade natal, o Rio de Janeiro.

A sala do Salão Brazil, esgotada para a ver, foi transportada à cidade carioca cantada por Maria Luíza, uma viagem iniciada com a faixa “O tempo” e pontuada com breves incursões ao seu primeiro álbum, “Casa branca”, de 2019.

Num concerto às voltas entre o seu passado e o seu presente, Maria Luiza Jobim levou-nos a espaços menos óbvios, cantando em jeito próprio versões de músicas de Britney Spears e de Billie Eilish. Entre os covers, passou a alguns nomes que participaram na construção de “Azul”,o álbum em apresentação, como Arnaldo Antunes – presente na faixa “O culpado é o cupido” – e com destaque para a amiga Adriana Calcanhotto. “Papais”, faixa que as reúne, é uma resposta de Adriana a uma primeira carta enviada por Maria Luiza, depois de assistir a um especial de Adriana, em que esta falava da sua relação com o pai, Carlos Calcanhotto, também músico. Algum tempo depois, Adriana responde à carta com uma melodia, a que agora podemos ouvir neste tema que enriquece o mais recente disco de Maria Luiza.

Num movimento tão imprevisível quanto delicioso, homenageou “dois grandes compositores brasileiros”, numa versão em que mesclou “Amor difícil” de Ludmilla, com “Águas de Março” do seu pai, António Carlos Jobim. Uma ideia que já tinha sido partilhada nas suas redes, mas que, ainda assim, apanhou o público de surpresa, desbloqueando um coro a acompanhá-la na letra de Tom Jobim.

Entre canções, ficámos a saber que Maria Luiza já leva Portugal no coração. Recordou uma passagem de Matilde Campilho, onde a poeta afirma que as pedras de Portugal são as mesmas que se pisam no Brasil. Nesta sua primeira digressão em nome próprio por Portugal, a artista disse que já se sente em casa, pois, acredita que aquilo que une os dois países é substancialmente maior do que aquilo que os separa.

Maria Luiza não se despediu sem abrir a ponta do véu para o seu próximo projeto. Juntamente com o guitarrista Filipe Fernandes, que a acompanha nesta digressão, representam dois terços do trio Tiramisú. Como parte presente, tocou-lhes a responsabilidade de apresentar uma primeira canção, que para já e, segundo Maria Luíza, na ausência de uma ideia melhor, carrega o nome da banda.

Já no encore, houve um momento para recordar Jane Birkin, com uma versão de “La javanaise”. Maria Luiza Jobim despediu-se ao cavaquinho e já a pensar no futuro, com mais uma faixa do seu projeto Tiramisú, esta ainda sem nome.

 

As locutoras do Rua do Brasil estiveram à conversa com Maria Luiza Jobim antes da sua passagem por Coimbra. A entrevista pode ser ouvida na íntegra aqui:

 

Imagens: Camila Fizarreta/Rádio Universidade de Coimbra

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