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28.07.2023POR Matilde Sabino

Pedro Martins: “Não estou a falhar e não irei falhar”

Presidente da Comissão Disciplinar da Associação Académica de Coimbra garante ter a disponibilidade e as condições necessárias para assegurar o cargo.

Pedro Martins, presidente da Comissão Disciplinar da Associação Académica de Coimbra (CD/AAC), nega as acusações das quais foi alvo numa carta aberta redigida por Eurico Figueiredo, 3º vogal do órgão, e assinada por Diogo Curto, 1º vogal, no passado dia 17 de julho.

O documento acusa Pedro Martins de “sucessivas falhas” na presidência que se traduzem na falta de disponibilidade para assumir o seu papel de dirigente e na instauração de uma visão unilateral nos trabalhos do órgão. Eurico Figueiredo e Diogo Curto pedem a demissão do presidente da Comissão Disciplinar.

Em entrevista à Rádio Universidade de Coimbra (RUC), o presidente da CD/AAC garante que as alegadas acusações feitas por Eurico Figueiredo são falsas e assegura ter a disponibilidade, as condições e os conhecimentos técnicos para desempenhar a função de presidente. “No dia em que eu entender que não tenho as condições, ou as competências, ou a disponibilidade para exercer o trabalho para o qual me candidatei e fui eleito, aí assim, […], apresentaria uma carta de demissão junto da secretaria da Associação Académica de Coimbra.”, afirma Pedro Martins.

O entrevistado conta que os colegas estavam a par dos “muitos planos” que tinha para este órgão, entre os quais a elaboração de um regulamento disciplinar, mas que não tem a disponibilidade necessária para os concretizar. O estudante da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) recorda que se tratam apenas de vontades pessoais e sublinha que nunca falhou com as competências que lhe são exigidas. 

No primeiro plenário do mandato, a 25 de abril, Pedro Martins apresentou um Regimento Interno da CD/AAC que não ia ao encontro, em alguns aspetos, do que foi decidido em conjunto ao longo de um mês e meio de reuniões informais, segundo Eurico Figueiredo. À RUC, o dirigente associativo indica que avisou os colegas que o conteúdo discutido nessas reuniões não era vinculativo e que, após tempo para reflexão, as decisões podiam-se alterar até ao plenário.

Face a um empate na aprovação do documento, (a 2.ª vogal, Ana Vidal, e Pedro Martins votaram a favor, enquanto Eurico Figueiredo e Diogo Curto rejeitaram a proposta), o voto do presidente foi decisivo, o que levou o 3º vogal a deixar de “confiar na palavra” de Pedro Martins. O entrevistado diz que agiu para que o trabalho pudesse “progredir e avançar”. 

Pedro Martins refuta igualmente ter-se disposto a demissão do órgão por falta de disponibilidade e diz que Eurico Figueiredo “descontextualizou” as suas palavras. De acordo com o estudante, o 3º vogal pede, desde o primeiro plenário, a renúncia do presidente da CD/AAC ao cargo, por não haver “condições”.

Eurico Figueiredo lamentou, no comunicado, que o único processo que ficou nas mãos de Pedro Martins, no dia 1 de junho, ainda não tenha sido analisado pelo seu instrutor responsável. O entrevistado admite não compreender do que é acusado, dado que dispõe de 90 dias, após a abertura do processo, para efetuar os trabalhos e que, assim sendo, não se encontra em incumprimento de prazos. Pedro Martins indica que ainda não realizou os inquéritos porque, à data, não conseguiu encontrar um horário compatível com as partes interessadas, devido à época de exames.

O presidente do CD/AAC faz uma avaliação positiva das tarefas realizadas desde que tomou posse no mês de março. Pedro Martins adianta que o órgão está a cumprir com uma “extensa análise dos processos abertos em mandatos anteriores” e destaca o trabalho feito no âmbito da atualização do Regimento Interno do órgão, especialmente, a introdução do “direito de recurso” ao documento.

O estudante da FCTUC espera que os colegas Eurico Figueiredo e Diogo Curto aproveitem a pausa letiva para “pensar” e que regressem “com uma melhor atitude”, “mais abertos ao diálogo” e “mais disponíveis para trabalhar”. Porém, o 3º vogal referiu, tanto na carta aberta, como em entrevista à RUC, que abandonaria funções caso Pedro Martins continuasse na presidência da Comissão Disciplinar.

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