Câmara de Coimbra propõe criação de uma Escola de Artes na Jaime Cortesão
A Escola Secundária Jaime Cortesão, pode vir a conhecer nova vida e ministrar cursos nas áreas das Artes Visuais a nível do ensino secundário
A notícia da apresentação da proposta ao ministro de Educação foi dada durante a reunião extraordinária da semana passada pelo presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva.
Esta semana, na última segunda-feira, o autarca deu conhecimento a todo o executivo do programa elaborado pelo Agrupamento de Escolas Coimbra, a que a Jaime Cortesão pertence. Cursos de Design de Comunicação, Design de Produto e de Produção Artística e Comunicação Audiovisual são ofertas formativas que a escola propõe oferecer.
José Manuel Silva realça a importância de a cidade poder vir a disponibilizar ensino secundário no campo das Artes Visuais, à semelhança do que já acontece em Lisboa e Porto.
A vereadora do PS, Isabel Rosa Cruz, saudou a Iniciativa de criação da escola de Artes Visuais. No entanto, a vereadora deixa nota sobre a necessidade de os novos cursos estarem previstos na Carta Educativa de Coimbra, uma vez que qualquer alteração à oferta educativa ou à estrutura física das escolas tem de estar mapeada no documento.
“Isto é apenas um primeiro passo”, adianta Ana Cortez Vaz, responsável pelo pelouro da educação na Câmara de Coimbra, considerando que o ensino artístico é “uma lacuna em Coimbra”, colmatada apenas em algumas áreas pela Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra. Em relação à Carta Educativa, a vereadora esclarece que o documento está em fase de conclusão.
Hernâni Caniço, vereador eleito pelo PS, fez questão de lembrar ter já existido a ARCA – Associação Recreativa de Coimbra Artística, escola de artes que funcionou na Rua Castro Matoso e transformada em 1989 na Escola Universitária das Artes de Coimbra. Localizada em Lordemão funcionou até 2016, tendo encerrado compulsivamente por despacho do ministro da tutela.
Na opinião do vereador, a escola foi “indevidamente encerrada”. Hernâni Caniço chamou também a atenção para a existência do CEARTE, escola que tem alguns cursos como os que poderão vir a existir na Escola de Artes Jaime Cortesão.
A Escola Secundária Jaime Cortesão é um edifício do século XVII, que pertenceu ao Mosteiro de Santa Cruz. É frequentada por 1749 alunos, entre eles 311 estudantes estrangeiros, de 35 nacionalidades, oriundos sobretudo dos PALOP e do Brasil.
O vereador da CDU, Francisco Queirós, lembrou a história recente da Escola que já foi de Artes e Ofícios.
A ideia de uma Escola de Artes Jaime Cortesão decorre da proposta para o novo Centro de Arte Contemporânea de Coimbra que surgiu em âmbito académico e num seminário de investigação no Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra (DARQ) no ano letivo de 2019/2020. Trabalhada à posteriori com a Câmara Municipal de Coimbra (CMC), a ideia deu lugar a um estudo prévio.
O estudo prévio propõe a requalificação do espaço que vai desde o edifício da Polícia de Segurança Pública até ao antigo edifício da Manutenção Militar. A proposta já foi apresentada em sessão de Câmara pelo arquiteto João Mendes Ribeiro em setembro do ano passado. Requalificar toda a área a norte do Mosteiro de Santa Cruz dedicando-a à Arte e à Educação é o grande objetivo.
Fotografia: CMC