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25.07.2023POR Isabel Simões

Câmara de Coimbra defende solução de Alta Velocidade menos penalizadora para populações do concelho

Embora considere o projeto “estratégico e determinante ao desenvolvimento do território” a Câmara de Coimbra procura apoiar a escolha de traçados com menor impacto. Em Taveiro o município prefere o traçado 3.2. A ser feito, vai atravessar uma zona florestal, o que leva a menos custos sociais e ambientais.

O Estudo  de Impacto Ambiental está em discussão pública até 31 de julho no Portal Participa. Ana Bastos, vereadora responsável pelos transportes na Câmara de Coimbra, trouxe o assunto à última reunião antes de férias de agosto. Realizou-se ontem, dia dia 24 de julho, na Freguesia de Cernache, no Museu Moinho das Lapas.

O documento aponta como traçado mais favorável da Linha de Alta Velocidade na zona de Taveiro, o eixo 3.1, por considerar os impactes menores nos territórios do concelho de Condeixa. Para defender a bondade da escolha alternativa (o traçado 3.2), a Câmara de Coimbra está  “a preparar um conjunto de propostas técnicas” que vão procurar minimizar os impactes, propondo “otimização de traçados, alguns discutidos ou propostos pela população local”, em várias discussões públicas já realizadas.

Algumas das soluções mitigadoras propostas vão permitir evitar a demolição das seis habitações em Vila Pouca/Reveles, rever a localização das paragens de Casais e de Bencanta na Linha do Norte, de forma a evitar a demolição de habitações. Das soluções técnicas também constam propostas de adoção de medidas associadas a atenuação do ruído, à necessidade de serem previstas medidas compensatórias dos  impactes sobre o Choupal. Pretende-se um plano de renovação do Choupal e de expansão do espaço verde para poente.

Ainda assim, cerca de 63 casas podem vir a ser demolidas no Concelho de Coimbra, a demolição de 20 a 27 habitações por causa da Linha de Alta Velocidade e 35 habitações devido à intervenção na Linha do Norte.

Sobre a possibilidade de evitar a duplicação da Linha do Norte a vereadora realça que a linha já se encontra congestionada, pelo que a duplicação “será sempre uma necessidade”, de forma a conseguir melhorar o serviço de ligação de Coimbra a Pombal e à Figueira da Foz.

A relocalização da futura estação da Alta Velocidade em Taveiro em vez de em Coimbra B, como defendem alguns conimbricenses, segundo a vereadora, teria “impactos avassaladores naquele território”.

Para Ana Bastos, a paragem da Alta Velocidade em Taveiro, não evita a duplicação da Linha do Norte e também “não responde à necessidade basilar de qualquer estação intermodal” porque é “em Coimbra B que confluem todas as formas alternativas de mobilidade”.

Importante para a Câmara Municipal é “estar ao lado da população para defender que os munícipes sejam ressarcidos de forma justa”, adiantou Ana Bastos. Por essa razão a Câmara Municipal vai criar um gabinete de apoio à população para apoiar o processo de expropriação, informou a vereadora.

A obra que atravessa o concelho de Coimbra insere-se no lote B da primeira fase, no troço que vai ligar Oiã a Soure. Tem início previsto para meio de 2025 e fim em 2028. A implementação do projeto vai concretizar-se através de uma parceria público-privada a ser lançada no final do primeiro trimestre de 2024.

Ana Bastos deixa um repto às forças políticas para se pronunciarem sobre a Alta Velocidade em Coimbra.

Francisco Queirós, vereador da CDU,  realçou a importância do papel de mediador da Câmara Municipal de Coimbra junto da empresa Infraestruturas de Portugal, a dona da obra. Para o vereador, minimizar os impactos que a Alta Velocidade terá em Taveiro, Ameal e Arzila e em São Martinho do Bispo é uma necessidade e terá de ser  precedida pela “definição clara e justa de compensações para todos os que forem lesados”. “O que for possível evitar que se faça, o que não se faça que haja justiça”, disse.

Pode ouvir a intervenção sobre Alta Velocidade e a Linha do Norte aqui.

 

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