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Rafael Nascimento destaca adesão dos jovens à Feira do Livro 2023

Chefe da Divisão de Cultura da Câmara Municipal de Coimbra espera que a próxima edição da Feira do Livro ocupe vários lugares da Baixa. Casa da Escrita vai tornar-se na Casa da Cidadania e da Língua, programada pela co-curadoria entre o município e a Associação Portugal Brasil 200, explica Rafael Nascimento.

No último dia da Feira do Livro 2023, Rafael Nascimento, chefe da Divisão de Cultura da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), faz um balanço positivo do evento, em entrevista à Rádio Universidade de Coimbra (RUC), desde o estúdio instalado na Praça do Comércio.

Rafael Nascimento informa que receberam um retorno satisfeito dos livreiros, dado que venderam mais livros do que no ano passado, e espera que a Feira do Livro venha a crescer.

O chefe da Divisão de Cultura da CMC afirma ter procurado colaborar com associações da cidade numa ótica de envolver mais a comunidade e destaca a parceria com a associação Apura, que dá visibilidade a projetos ‘underground’ desenvolvidos em Coimbra.

De acordo com o entrevistado, a programação “eclética” do evento atraiu várias gerações, mas principalmente os jovens, que não costumam marcar uma presença substancial na Feira do Livro. Rafael Nascimento realça a participação dos mais novos na sessão de poesia do artista Nerve e na atividade de ‘Open mic’.

O técnico da Câmara de Coimbra acredita que o livro em papel vai continuar a sobreviver entre os jovens, pela parte “romântica” caraterística do folhear e cheirar um livro. Apesar das novas tecnologias terem trazido os audiolivros, o antigo programador cultural no Município de Arruda dos Vinhos, não os vê como uma ameaça. “O importante da leitura é o que fica no espírito” defende o entrevistado ao comparar os livros aos discos de vinil que voltaram à moda.

Para a próxima edição da Feira do Livro, Rafael Nascimento gostaria de ter uma “cidade literária”, totalmente ocupada pelo evento. O entrevistado manifesta a vontade de ter uma programação mais específica sobre livros temáticos em determinados sítios da baixa de Coimbra.

O chefe da Divisão de Cultura da CMC sublinha também a necessidade de haver uma separação física entre a parte mais intimista do evento (apresentações de livros e conferências) e a parte mais performativa.

Questionado pela RUC sobre o futuro da Casa da Escrita, Rafael Nascimento esclarece que o protocolo assinado entre o município e a Associação Portugal Brasil 200 anos prevê uma co-curadoria entre as duas entidades para dinamizarem o espaço que se vai chamar Casa da Cidadania e da Língua. Enquanto curador, o entrevistado planeia estabelecer uma relação mais próxima com o território, ao dar voz à comunidade.

“Existem associações e profissionais da área da cultura em Coimbra verdadeiramente excecionais” defende Rafael Nascimento. O chefe da Divisão de Cultura assegura que vai trabalhar para que as entidades culturais consigam levar a “cultura riquíssima” da cidade para fora de Coimbra.

Para Rafael Nascimento, “a Feira do Livro de Coimbra é o grande evento do município que coloca o conhecimento no centro”. Neste sentido, o chefe da Divisão de Cultura da CMC indica ser fundamental o envolvimento das escolas na Feira, ao trazer os mais jovens a visitar o evento, apesar de ser uma “eterna dificuldade para o setor cultural”. Nesta edição, algumas instituições de ensino visitaram a Praça do Comércio em parceria com a Biblioteca Municipal que comemora o seu centenário.

Rafael Nascimento mostra-se ainda indignado com quem diz que em Coimbra não acontece nada e recorda que existem muitos eventos culturais com “qualidade” a decorrerem de forma continua na cidade.

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