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AAC ‘bate o pé’ e garante representação igualitária na gestão dos ‘Grelhados’

Estudantes forçaram compromisso da reitoria, embora não tenham conseguido que memorando apresentado fosse assinado. Ambas as partes expressaram vontade de dialogar e de encontrar uma solução para que ‘Grelhados’ tenham gestão partilhada.

Foi do “lado de lá” da chapa de metal colocada para dividir o espaço da antiga cantina dos ‘Grelhados’ que João Caseiro, presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC), e César Sousa, secretário-geral do Conselho Cultural da AAC (CC/AAC), fizeram a sua intervenção do primeiro debate da parte da tarde da sessão “A Academia e a cidade III: Os jardins e os edifícios da Associação Académica de Coimbra”, que contou também com a presença de Sílvio Santos e de Fernando Matos Oliveira, atual e antigo diretor do Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), e com a moderação do vice-reitor Delfim Leão.

Durante o evento, que decorreu no âmbito das celebrações dos dez anos da Universidade de Coimbra, Alta e Sofia como património mundial da UNESCO, os estudantes apareceram de luto para se queixarem da falta de voz na gestão das estruturas em que trabalham, apontando o dedo à recente intervenção sofrida na cantina onde o debate teve lugar. Nesse sentido, Caseiro explica que a DG/AAC resolveu elaborar um memorando de entendimento a apresentar à reitoria, de forma a que os estudantes possam ter uma garantia de que a AAC tem sempre uma palavra a dizer sobre o assunto.

Depois de o documento ter sido entregue em mão ao reitor Amílcar Falcão ainda da parte da manhã, só ao final da tarde é que ambas as partes chegaram a um entendimento. Já depois de o evento ter terminado (mas ainda com os estudantes barricados nos ‘Grelhados’), os vice-reitores Delfim Leão e Alfredo Dias reuniram com os representante da DG/AAC e do CC/AAC – encontro que, não tendo resultado na assinatura do memorando em causa, deu aso à emissão de um comunicado que garante que a gestão das antigas cantinas vai ser feita através de uma comissão de composição igualitária entre AAC e UC, que assegure a comunicação prévia face a alterações no espaço e o envolvimento de todas as partes nas tomadas de decisão relativas ao espaço.

Em declarações à Rádio Universidade de Coimbra ainda antes da reunião com os representantes dos estudantes, Delfim Leão destaca a necessidade de os estudantes nomearem interlocutores que possam ser porta-vozes das suas causas junto da reitoria. Não obstante, o vice-reitor salienta a vontade mútua de diálogo entre as entidades.

No centro da discussão esteve a “cortina de chapa” erguida sem consulta prévia dos estudantes entre o espaço atribuído ao TAGV e o espaço deixado à AAC. O responsável lembra que, sem aquela solução provisória, os debates que se realizaram ao longo desta segunda-feira não se poderiam ter realizado, mas aponta que a divisória (necessária, no seu entendimento) pode vir a ser mais discutida.

Sendo parte do complexo da Associação Académica de Coimbra, têm sido os estudantes a tomar conta da antiga cantina ao longo dos últimos anos, pelo que a decisão unilateral de divisão do espaço não foi recebida com bons olhos. Delfim Leão afirma que o projeto original de Gonçalo Byrne, desenhado há mais de 15 anos, já previa que a gestão dos ‘Grelhados’ fosse partilhada entre as estruturas.

Embora reconheça as mais valias que pode trazer a partilha do espaço (desde que se mantenha como “um bastião da AAC e da academia”), o presidente da Direção-Geral da AAC assinala que, apesar das cada vez maiores dimensões da associação, os espaços a ela destinados são cada vez menores.

Conforme descrito no documento disponibilizado nas redes sociais da Associação Académica de Coimbra e da Universidade de Coimbra, os detalhes finais do memorando entregue pela DG/AAC ao reitor Amílcar Falcão vão ser discutidos numa reunião a decorrer no próximo dia 29 de junho. Até lá, a antiga cantina dos ‘Grelhados’ deve ficar a servir de sala de estudo para estudantes.

(Fotografia: Secção de Fotografia da Associação Académica de Coimbra)

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