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Quarenta por cento dos estudantes da UC já consideraram abandonar Ensino Superior

Estudo promovido pela DG/AAC confirma dificuldades financeiras de estudantes universitários. Para além da propina anual, em média por mês são gastos pelos alunos deslocados cerca de 519 euros para estudarem na Universidade de Coimbra

Conclusões do inquérito realizado ‘online’ em novembro do ano passado foram apresentadas ontem, dia 6 de junho, pela Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC). Admitindo que à data da conferência de imprensa os valores possam já ser maiores, o presidente da DG/AAC, João Caseiro, mencionou que numa fase inicial o trabalho teve a colaboração do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra para validação científica.

Em média famílias de estudantes deslocados gastam cerca de 519 euros por mês, além da propina anual

O estudo pretendeu perceber “quais são os gastos médios que os estudantes têm e as suas famílias, além da propina”, afirmou o presidente da DG/AAC. “Já tínhamos uma consciência e uma noção de que há um custo muito pesado, quisemos apenas quantificar, na realidade da Universidade de Coimbra, quais os valores das despesas que os estudantes acabam por ter”, esclareceu o dirigente.

O representante dos estudantes da UC adiantou conclusões que considerou como “muito preocupantes”.

Considerando que cerca de 70 por cento dos estudantes da Universidade de Coimbra são deslocados, a despesa com alojamento está no topo das despesas das famílias (229,87 euros). Seguem-se alimentação (125,78 euros) e depois deslocações à cidade natal (63,21 euros) e despesas pessoais (61,65 euros).

As despesas médias mensais com material escolar rondam os 11,30 euros, ainda assim há diferenças no que diz respeito ao material escolar entre cursos. Arquitetura, Direito e Medicina Dentária tomam a dianteira no desembolso das famílias com material escolar.

Face ao valor total apurado, segundo João Caseiro faz sentido continuar a reduzir a propina até ser zero e também cuidar de ter mais verbas na Ação Social.

O aprofundamento e correlação das respostas vão estar publicados em breve nas redes sociais da AAC. O presidente da DG/AAC informou que os resultados vão ser usados para ações de reivindicação junto do Governo quanto à diminuição da propina e mais apoio na Ação Social.

João Caseiro não colocou de lado levar as conclusões do estudo à Reitoria, Câmara Municipal de Coimbra e também a uma próxima Assembleia Magna para serem encontradas soluções ou mitigadas algumas das dificuldades apontadas pelo estudo agora apresentado.

Da parte da AAC, em relação aos estudantes que virem a bolsa recusada pela Direção-Geral do Ensino Superior (DGES), houve já a criação do Fundo Social António Luís Gomes, onde a AAC se comprometeu a estabelecer critérios mais abrangentes face a valores de rendimento familiar per capita e aproveitamento escolar. O fundo conta com participação da receita apurada no Dia do Antigo Estudante da Queimadas Fitas de 2023. O valor recolhido aguarda informação da coordenação da festa estudantil.

Peso do alojamento na despesa familiar tem vindo a aumentar

Sobre a questão da habitação já existiram conversas entre a AAC e a ministra da tutela, com a Academia de Coimbra a propor a extensão do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES) para além de 2026.

Só em Coimbra houve uma diminuição de casas para arrendar na ordem dos 42 por cento, lembrou Alexandre Alho, coordenador-geral de Política da AAC.

Carina Duarte do pelouro da Pedagogia e Formação informou os órgãos de comunicação social que após a próxima semana o estudo estará publicado para divulgação a todos os interessados.

Das 1328 respostas recebidas, 420 vieram da Faculdade de Ciências e Tecnologia, 193 da Faculdade de Economia, 160 da Faculdade de Letras, 99 da Faculdade de Medicina, 149 da Faculdade de Farmácia, 137 da Faculdade de Direito, 21 da Faculdade de Desporto e Educação Física e 149 da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação.

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