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“O homem do caminho” de Plínio Marcos estreia no Teatro da Cerca de São Bernardo

José Caldas, Alex Miranda e Juliana Roseiro revivem personagens do contador de histórias e autor brasileiro. Plínio Marcos viu o trabalho ser vítima da censura, mesmo antes da implantação da ditadura no Brasil em 1964.

Forçado a uma vida de “saltimbanco” o autor de “O homem do caminho” conta-nos as desventuras dos homens em movimento, aqueles que estão em oposição aos “homens-prego”. José Caldas, encenador da peça, esclarece que o texto é uma espécie de metáfora da profissão de artista.

Aqueles que detêm o poder que são “fixos, da linhagem dos Senhores, opressores, movidos pela posse e a ganância”, perseguem o “homem do caminho” que encanta o público dos oprimidos com histórias e trapaças.

O espetáculo remete para o universo São Joanino do folclore brasileiro, sublinha Alex Miranda, ator, mas também responsável conjuntamente com José Caldas pela música que acompanha o texto.

Sem ser autobiográfica, a peça não deixa de tocar a vida do autor. Iur, o homem do caminho, tem outro nome secreto para enganar a morte quando ela chamar. No entretanto vai calcorreando a estrada. Mestre de “logros e ilusões”, Iuri consegue atrair a mais linda mulher, ainda que por vezes ela se disfarce de diabo, como menciona Juliana Roseiro.

Marcos Plínio, autor maldito, viu a sua primeira peça proibida durante 21 anos. Com o título de “Barrela” o texto fala sobre o caso “verídico de um jovem violado na prisão”. Ainda assim no final dos tempos foi-se interessando por uma certa espiritualidade, lembra José Caldas.

“O homem do caminho” teve antestreia na Guiné-Bissau, tem encenação de José Caldas e está no Teatro da Cerca de São Bernardo (TCSB) até 18 de junho. A coprodução d’ A Escola da Noite com a Associação Cultural Quinta Parede, às quartas e quintas-feiras tem representação às 19 horas, sextas-feiras e sábados acontece às 21h30, aos domingos inicia às 16h00. Classificada para maiores de 16 anos, os bilhetes variam entre os cinco e os dez euros.

Em paralelo está patente no TCSB uma exposição de “homenagem” aos que trabalharam com o encenador José Caldas. Nela não falta um “Bumba meu boi” representativo das festas juninas onde se misturam imaginários africanos, indígenas e europeus.

Fotografia: TCSB | @Eduardo Pinto

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