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COQF espera lucro superior ao ano passado: “Fizemos os possíveis para que isso acontecesse”

Coordenador da área da tesouraria espera que o lucro da Queima das Fitas 2023 ultrapasse os mais de 500.000 euros da edição anterior. Embora admita que o aumento dos preços dos passes diários e gerais pode limitar a presença de alguns estudantes nas Noites de Parque, Ricardo Ferreira considera que os valores praticados fazem sentido, face ao cartaz.

O coordenador da área administrativa e financeira da Comissão Organizadora da Queima das Fitas 2023 (COQF’23), António Alves, e o coordenador da área da tesouraria, Ricardo Ferreira, foram dois entre os vários convidados ao contentor onde a RUC se alojou, na Praça da Canção, durante as Noites do Parque.

As contas da Queima das Fitas 2023 são uma responsabilidade partilhada por António Alves e Ricardo Ferreira. No entanto, Ricardo Ferreira confessa dedicar-se mais às receitas. Além da bilheteira, as pulseiras cashless (que têm um custo de um euro cada) e as concessões pagas pelas marcas para se instalarem no queimódromo são, de acordo com o coordenador da área da tesouraria, das maiores fatias dos rendimentos da Queima das Fitas. Ricardo Ferreira não soube dizer em que valores se situavam as receitas à data da entrevista, na madrugada do dia 21 de maio. Contudo, o membro da COQF’23 não só está confiante que as receitas vão ser, mais uma vez, superiores às despesas, como também acredita que o lucro vai aumentar em relação aos 550.000 euros do ano passado.

Ir às Noites do Parque é cada vez mais caro: enquanto em 2019 seis dos oito passes diários para estudantes custavam menos de dez euros, na edição seguinte, em 2021 (já que a festa dos estudantes foi cancelada em 2020, devido à pandemia da covid-19), os bilhetes pontuais com um valor abaixo de dois dígitos diminuíram para cinco; no ano que se seguiu, só dois dos oito passes diários foram postos à venda por menos de dez euros; e em 2023, restou apenas um bilhete diário a custar menos de uma dezena de euros. Nas edições a seguir a 2019 o preço do passe geral também passou de 50 para 55 euros e neste ano alcançou os 60 euros.

O coordenador da área da tesouraria admite que há estudantes que questionam se não seria possível equacionar a redução dos custos dos bilhetes, dados os consecutivos saldos positivos da Queima das Fitas. Apesar de reconhecer que a subida de preços pode limitar a presença de alguns estudantes na festa, Ricardo Ferreira considera que os valores praticados fazem sentido, devido ao investimento realizado no cartaz – e destaca, neste sentido, a artista Ivete Sangalo. O coordenador da área da tesouraria refere também que este ano foi organizada uma noite adicional de festa a pensar nos estudantes com dificuldades económicas.

Sobre as despesas da Queima das Fitas 2023, o coordenador-geral da COQF’23, Carlos Míssel, adiantou em abril que se situavam no milhão e meio de euros, uma quantia superior à do ano passado. Os artistas representam, tal como em anos anteriores, os maiores custos económicos para a organização, segundo António Alves. Contudo, investiu-se uma maior percentagem do total do orçamento nos artistas, em relação a 2022, acrescenta o coordenador da área financeira.

No que toca a área administrativa, António Alves realça que a venda de bilhetes pontuais na plataforma bol.pt e nas lojas aderentes (Fnac, Worten, CTT El Corte Inglés) diminui “muito” o tempo de espera nas bilheteiras. Para a redução das filas nos pontos do recinto onde é possível carregar as pulseiras cashless, contribuiu, de acordo com o coordenador, a distribuição de mais balcões, bem como a “forte” adesão à aplicação lançada pela COQF’23, na qual é possível efetuar o carregamento.

Grande parte do lucro da Queima das Fitas é distribuído pelas estruturas da Associação Académica de Coimbra (AAC): 39 por cento são destinados à Direção-Geral; 26 por cento vão para o Conselho Desportivo; o Conselho Cultural fica com 21 por cento; e ao Conselho Internúcleos são atribuídos 3 por cento. Já a COQF do ano seguinte fica com cinco por cento. Outros cinco por cento são destinados a atividades propostas por instituições académicas e grupos de estudantes, “obrigatoriamente orientadas à prossecução dos princípios e dos fins consagrados nos Estatutos da AAC, devendo os projetos ser aprovados conjuntamente pela Comissão Central da Queima das Fitas do ano a que reportem e pelo Conselho Diretivo”, como consta do regulamento da festa académica. Resta ainda um por cento para o Conselho de Veteranos da Universidade de Coimbra.

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