Maria Marinho: “Não temos as condições necessárias para haver barraca”
O Núcleo de Estudantes de Química da Associação Académica de Coimbra denuncia as faltas de condições das barracas durante a Queima das Fitas e defende que apenas devem existir na Festa das Latas, de acordo com a tradição. Carlos Missel acredita que a presença das barracas em ambas as festividades é positivo para os núcleos de estudantes.
As barracas dos núcleos de estudantes da Associação Académica de Coimbra (AAC), que já fazem parte da tradição da Festa das Latas, em outubro, têm também marcado presença no recinto da Queima das Fitas, desde 2021. Devido à pandemia, o regresso às festividades da academia coimbrã nesse ano, agregou os dois eventos.
Na edição da Queima das Fitas 2023, o tema das barracas é a “inflação”.
Maria Marinho, embaixadora da Académica Start UC pelo Núcleo de Estudantes de Química da AAC, informa que optaram por recorrer à barraca para reivindicarem por melhores condições e realça que as barracas são “características da Latada”. A presença dos núcleos tanto na Festa das Latas, como na Queima das Fitas, confunde as gerações mais novas sobre a diferente essência de uma festa para a outra, afirma a estudante.
A representante do NEQ/AAC denuncia as faltas de condições dentro das barracas, que põe em perigo os colaboradores que trabalham nas noites do parque. Desde a falta de luz, à falta de prateleiras para colocarem o material, a entrevistada acredita que os núcleos não foram ouvidos.
Carlos Magalhães, presidente do Núcleo de Estudantes de Engenharia Civil da AAC, conta que têm mantido a torre característica do seu núcleo desde há uns anos e que apenas mudam os desenhos em função do tema da crítica.
Ao contrário do NEQ/AAC, o representante dos estudantes de engenharia civil mostra-se a favor da existência das barracas dos núcleos em ambas as festividades e acredita que se está a criar uma “tradição nova”.
O entrevistado reconhece problemas estruturais na organização das barracas, mas julga que a Comissão Organizadora da Queima das Fitas (COQF) arranjou a “melhor solução possível”. Carlos Magalhães menciona as queixas relativas à resistência das estruturas e defende que se deve repensar a tradição de se partir as barracas no fim da Queima das Fitas, por questões de segurança e ecologia.
Em direito da emissão da Queima das Fitas feita pela Rádio Universidade de Coimbra (RUC), Carlos Missel, coordenador-geral da COQF, diz não compreender as contestações e relembra que a decisão de haver barracas na Queima das Fitas, foi tomada em Conselho Inter-Núcleos. Carlos Missel afirma que se “os núcleos não quiserem estar presentes, não estão” e defende que as barracas são “compensadoras”, dado que trazem verbas superiores às da Latada, aos núcleos de estudantes.
Apesar de estar contra a existência de barracas de núcleos na Queima das Fitas, Sara Marinho espera que se voltarem a estarem presentes na edição de 2024, hajam melhores condições, inclusive, um tapete de relva como existe ao pé do palco principal.