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Reitor da UC prescinde dos serviços do diretor do Centro de Estudos Russos e recusa divulgar “factos” da demissão

A RUC tentou saber junto da Divisão de Comunicação da UC se a reitoria realizou inquérito de averiguações e se tinha sido dada oportunidade de defesa ao professor visado. O serviço remeteu-nos para o comunicado onde se pode ler que “ao verificar que as atividades letivas do referido Centro de Estudos Russos estariam a extravasar esse âmbito, a reitoria determinou a cessação imediata do vínculo com o professor Vladimir Pliassov”.

Lembramos que Vladimir Pliassov foi professor universitário, responsável pelo Centro de Estudos Russos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, vivendo na cidade dos estudantes desde 1988.

Em 2016, o Diário de Notícias publicava um artigo onde se escrevia que “em meados dos anos 80″, Vladimir Ivanovitch Pliassov percebeu que, além da pátria Rússia, “o único país da Europa onde poderia viver era Portugal”. O convívio com os portugueses emigrados, como ele, em Moçambique (que então sofria na incerteza de uma longa guerra civil), mostrou-lhe os encantos lusos”, lê-se.

Já esta quinta-feira, à Agência Lusa, o reitor da Universidade de Coimbra (UC), Amílcar Falcão,  recusou divulgar os alegados “factos” que levaram à demissão do diretor do Centro de Estudos Russos, referindo que o processo não teve nem teria de ter associado qualquer processo disciplinar.

“Houve uma rescisão de contrato de uma pessoa que está reformada. Tinha um vínculo, através de um contrato com a Universidade, mas a título gracioso. Não havia aqui dinheiro envolvido”, esclareceu o responsável, que falava à Lusa à margem de uma cerimónia, na Sala do Senado.

A UC demitiu na quarta-feira o professor e diretor do Centro de Estudos Russos, Vladimir Pliassov, após este ter sido acusado de “propaganda russa” por dois cidadãos ucranianos a residir em Coimbra, num artigo de opinião publicado no Jornal de Proença.

Questionado na quinta-feira pela agência Lusa, o reitor da UC, Amílcar Falcão, afirmou que não “tinha de haver nenhum processo disciplinar” para suportar a demissão do diretor do Centro de Estudos Russos da Faculdade de Letras, que se encontrava reformado e trabalhava a “título gracioso” na instituição.

Questionado sobre se teve conhecimento da situação antes ou depois da denúncia, feita no final do dia de terça-feira por dois ucranianos, Amílcar Falcão recusou-se a dizer quando é que soube das acusações, vincando, no entanto, que não toma decisões “por impulso”.

O reitor da UC disse que tem em sua posse “outro tipo de dados” e que “os factos são muito complexos”, mas escusou-se a explicar à Lusa como, quando e onde a atividade daquele centro dirigido por Vladimir Pliassov extravasava a atividade letiva, remetendo sempre para o comunicado da instituição. Mais explicações por parte do reitor da UC, só para outras “entidades de Estado”.

Este é um assunto que vamos acompanhar tentando ouvir alunos recentes e antigos de Vladimir Pliassov e também o professor cujos serviços foram dispensados. Até ao momento tal não foi possível. Pode ouvir o comunicado da reitoria no ‘podcast’ acima. O texto enviado pela reitoria pode ser lido aqui.

Com Agência Lusa

 

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