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Ativistas sociais promovem ação de ocupação de edifício pertença da UC

O Grupo de Okupação Social de COimbra protestou pela falta de habitação. A Polícia de Segurança Pública deslocou-se ao local e identificou alguns ativistas.

O edifício onde já funcionaram os serviços médicos da Universidade de Coimbra (UC) foi ocupado durante momentos no dia 25 de abril. A ação foi levada a cabo pelo Grupo de Okupação Social de COimbra (GOSCO), que se deu a conhecer a 23 de abril, através de uma publicação online em que se apresentou como “a vontade de lutar por uma casa para viver”.

Durante a ocupação, Dani, um dos membros do GOSCO, contou à repórter RUC que foram vários os coletivos que decidiram fazer um protesto pela falta de habitação. No entender dos ativistas, o problema “não é respondido nem pela Universidade de Coimbra, nem pelo município”. Além disso, a dificuldade em arranjar casa agravou-se com as consequências económicas do período pós-pandemia, que a guerra na Ucrânia tem vindo a piorar, acrescentou o ativista.

Como propósito desta e futuras ocupações, Dani apontou a necessidade de mostrar tanto à comunidade estudantil como aos conimbricenses que há outras formas de luta, que vão além de marchas “tornadas às vezes celebrações”.

Para além da ocupação, houve uma Assembleia Popular para discutir a falta de habitação e outros problemas. Seguiu-se um jantar solidário, como adianta Orfeu, outro membro do GOSCO. O ativista esclarece que a intervenção da Polícia de Segurança Pública (PSP) no local acabou por dificultar a ação do grupo, mas não demoveu “o sentimento de união e de autogestão entre pessoas”.

Dani esteve no programa Observatório de dia 25 de Abril, depois da ocupação, e esclareceu que os elementos da PSP identificaram oito pessoas, sendo que quatro estavam dentro do edifício e quatro estavam no exterior.

Em comunicado enviado por e-mail aos órgãos de comunicação social, no dia 26 de abril, o GOSCO detalhou as razões que levaram à escolha do espaço ocupado: “os Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra não têm cumprido a sua função: a maior parte das residências de estudantes estão em estado de degradação e todas estão sobrelotadas e com longas filas de espera; o preço da refeição social tem aumentado, sendo que a comunidade estudantil dos politécnicos não têm sequer direito a este serviço”.

O comunicado do GOSCO alude também à entrevista ao reitor da UC, Amílcar Falcão, publicada pelo jornal A Cabra na edição de abril de 2023. De acordo com o jornal, o reitor declarou que, no passado ano, “havia um orçamento de 300 mil euros para apoio social e só foram pedidos 128 mil”, acrescentando que, “pelos vistos, os estudantes não precisam deste dinheiro”. Para o GOSCO, “estas afirmações demonstram um profundo desconhecimento e total desprezo pelas condições reais e materiais dos estudantes”. O grupo deixa também a pergunta: “Se havia um excedente, porque é que este não foi utilizado?”

Fotografia: GOSCO

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