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28.04.2023POR Helena Pais

Ateneu de Coimbra torna a queimar o “facho”

A associação que lutou em tempos contra o fascismo cumpriu mais uma vez a tradição de queimar o “facho” diante da multidão. Na sede do Ateneu, onde o 25 de Abril ecoou pela madrugada adentro, a direção falou à RUC da necessidade de reivindicar o cumprimento de direitos que foram conquistados com a queda do regime ditatorial.

De cravo na mão ou ao peito, várias dezenas de pessoas reuniram-se na Sé Velha de Coimbra para queimar “o facho”, na viragem para o dia em que se assinalaram os 49 anos da Revolução de Abril. Os relógios marcaram a meia noite e o povo cantou a Grândola Vila Morena de José Afonso, enquanto viu arder um boneco em representação do poder ditatorial que foi derrubado a 25 de Abril de 1974.

Queimado “o facho”, a direção do Ateneu foi acompanhada pela multidão até à sua sede, onde atuaram, pela noite adentro, vários coletivos da cidade. Para o Ateneu, queimar “o facho” e juntar as pessoas na sede da associação na viragem para o 25 de abril é já um ritual. O que move a associação, segundo João Pinto Ângelo, membro da direção, é não só a vontade de celebrar a Revolução dos Cravos, mas também o sentimento de que ainda há um caminho a percorrer.

O Ateneu surgiu em 1940 e desde o início foi “um foco de luta e resistência antifascista”, recordou João Pinto Ângelo. A associação cultural, recreativa e social sente a responsabilidade de continuar a cumprir no dia a dia os valores de abril, segundo o membro da direção.

Este ano, a noite de 24 para o 25 de abril foi mais especial. Depois de ser adiado pela pandemia, o momento organizado pelo Ateneu repetiu-se numa “onda de alegria”, nas palavras de João Pinto Ângelo.

Há dez anos, o Ateneu criou uma agenda colaborativa que hoje reúne cerca de 60 organizações da cidade nas comemorações do 25 de Abril. Este ano, há iniciativas a decorrer até ao princípio de maio.

 

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