DG/AAC entrega RJIES rasurado a secretário de Estado do Ensino Superior
Comemoração do dia que originou crise académica de 1969 marcada por críticas ao documento. Presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra quer aumento da representação dos estudantes nos órgãos de governo das instituições de ensino superior.
A Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC) organizou esta segunda-feira uma cerimónia de comemoração do “Peço a Palavra”, que deu origem à crise académica de 1969. O evento decorreu na sala onde aconteceu a inauguração do Edifício das Matemáticas a 17 de abril 1969 e contou com a presença do secretário de Estado do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Pedro Nuno Teixeira, do reitor da Universidade de Coimbra (UC), Amílcar Falcão, e de Alberto Martins, presidente da DG/AAC de então.
A abrir a sessão, João Caseiro, presidente da DG/AAC, foca-se no Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES), que classifica como “arcaico e obsoleto”. O dirigente associativo relembra as contribuições de propostas de alteração que a AAC realizou ao longo dos últimos anos.
O estudante da Faculdade Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação (FPCEUC) apela a que a revisão preveja um aumento da representação dos estudantes nos órgãos de governo das instituições de ensino superior. João Caseiro acrescenta que “se há 54 anos pedimos a palavra, 54 anos depois ainda não a temos”.
Já Pedro Nuno Teixeira fala de persistir naquilo que diz ser uma representação “significativa” dos estudantes nos órgãos de governo das instituições de ensino superior.
Alberto Martins, por sua vez, recorda os acontecimentos da crise académica de 1969 e enumera as características prioritárias de uma democracia na atualidade.
Amílcar Falcão conclui que a AAC teve sempre uma intervenção na academia e no país. O reitor pede uma DG/AAC “ ativa, pujante e reivindicativa”.
No dia 17 de abril de 1969, o presidente da Direção -Geral da Associação de Coimbra, Alberto Martins, pediu a palavra durante a inauguração do Edifício das Matemáticas e foi impedido de o fazer. Nas redes sociais da AAC, pode ler-se que a crise académica que se seguiu foi caracterizada por um período de “coragem, irreverência e espírito reivindicativo dos estudantes, verdadeira força de mudança há 54 anos e agora”.
FOTO: Jornal Universitário “A Cabra”