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Congresso de sociologia debate “Sociedades polarizadas”

Durante três dias, congresso de sociologia regressa à cidade, 23 anos depois de cá ter estado pela primeira vez, de 4 a 6 de abril. Nas palavras do presidente da Associação Portuguesa de Sociologia, Paulo Peixoto, para discutir “a importância da sociologia na construção de sociedades mais justas e equitativas”.

“Sociedades polarizadas”colocam desafios à Democracia. A vice-reitora da Universidade de Coimbra (UC), Cristina Albuquerque, presente na abertura do congresso da Associação Portuguesa de Sociologia (APS), em substituição do reitor da UC, salientou a importância do encontro na medida em que traz “troca de perspetivas, a construção de pensamento crítico e a forma como nos posicionamos face ao mundo e face aos diferentes mundos com que hoje nos cruzamos”.

“Sempre que as pseudo-verdades se sobrepõem àquilo que deve ser uma análise objetiva estamos a criar condições para o incremento das desigualdades”, disse.

Os desafios que a sociologia enfrenta em sociedades polarizadas, atravessam “os mundos do consumo, das religiões, das identidades, da sexualidade, da infância, da cultura e da ciência” lê-se na apresentação do congresso. O presidente da APS deixou a pergunta sobre o papel da sociologia “na promoção do diálogo e dos compromissos entre grupos com visões políticas, sociais, culturais, religiosas, económicas, opostas e opostas muitas vezes de forma visivelmente intensa”.

Se a polarização é causa e consequência das desigualdades sociais, “a polarização é também um fenómeno que se propaga no crescente embulhamento das práticas e das relações sociais promovido pelas redes sociais digitais, lembrou Paulo Peixoto.

Na opinião do presidente da APS, há nas redes digitais “um embulhamento que tantas vezes alimenta populismos que leva os indivíduos a ver o outro como um inimigo” – o assunto foi discutido no primeiro dia. Segundo Paulo Peixoto “esta atitude rejeita compromissos e diálogos construtivos”, porque as redes sociais digitais são projetadas para mostrar a quem as usa, o que já é mais relevante para elas. Criam-se assim “bolhas de opiniões” em que não há contraditório, lamentou.

“Saquem das vossas espadas, das vossas teorias e metodologias ao longo dos três dias porque as bolhas andam aí”, concluiu o presidente da APS.

Paulo Peixoto congratulou-se com o regresso aos congressos presenciais da APS depois do tempo de pandemia, embora nesta edição, pela sua natureza, alguns momentos sejam ainda híbridos. As sessões decorreram nos dois primeiros dias no Convento São Francisco. No último dia, ou seja amanhã, dia 6 de abril, o congresso encerra na Faculdade de Economia de Coimbra (FEUC).

A conferência de abertura foi proferida por Donatella Della Porta, professora de ciências Politicas na Scuola Normale Superiore em Florença. “O Futuro dos Novos Movimentos Sociais” foi o tema escolhido. O pensamento da conferencista está num documento coproduzido pela Fundação Gulbenkian e pela Antena 3, tem acesso aberto, que pode consultar aqui:

No último dia do congresso vão ser eleitos os Órgãos da APS para o biénio 2023/2025

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