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03.04.2023POR Matilde Sabino

Apesar da chuva, Coimbra manifestou pelo direito à habitação

Algumas dezenas de pessoas reuniram-se na baixa da cidade para reivindicarem a fixação do preço dos bens essenciais e mais ajuda do governo e da autarquia no acesso à habitação. Mariana Rodrigues quer Coimbra mais presente na conversa sobre o acesso à casa.

A Praça 8 de Maio recebeu na tarde do dia 1 de abril protestos contra a insuficiência das políticas de habitação do governo. A iniciativa foi organizada pelo movimento Porta a Dentro, um coletivo que surgiu no início do passado mês de março.

Durante três horas, ouviram-se músicas de intervenção e múltiplos testemunhos de coletivos que subscreveram o manifesto que revindica “uma casa digna para todas as pessoas”.

Em declarações à Rádio Universidade de Coimbra (RUC), Mariana Rodrigues, porta-voz da organização do protesto, realça a intervenção do movimento A Vida Independente, que acolhe pessoas com deficiência, e lamenta que a habitação para pessoas com deficiência não seja um tema explorado no pacote de medidas do governo.

A representante do Porta A Dentro explica que o movimento surgiu porque as cidades não-metropolitanas estão pouco incluídas na discussão sobre o acesso à casa, um debate frequente nas grandes cidades, onde há mais turismo. Para Mariana Rodrigues, Coimbra vive uma crise da habitação há muito tempo, que afeta, em particular, os estudantes.

Mariana Rodrigues conta que a concentração Casa Para Viver em Coimbra, que se alia a outras manifestações a aconteceram no resto do pais, é só o “início de uma discussão mais profunda sobre habitação que tem que ser feita na cidade de Coimbra”. A entrevistada destaca o direito à habitação, o direito à cidade, o fim da exploração e do aumento de custo de vida como as razões motoras que levaram as pessoas a saírem à rua. A representante do Porta A Dentro pede a criação de um programa estrutural para a habitação, após auscultação dos problemas sentidos pelos, jovens, idosos e famílias conimbricenses.

Porta A Dentro pretende conversar com coletivos da cidade e associações de moradores, nas próximas semanas, afirma Mariana Rodrigues. As manifestações decorreram igualmente nas cidades de Lisboa, Porto, Viseu, Aveiro e Braga. Estes protestos acontecem na mesma semana em que o Governo apresentou a versão final do programa que pretende responder à crise na habitação.

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