Estudantes saem à rua para reivindicar mais financiamento no Ensino Superior
Numa manifestação que reuniu cerca de 100 pessoas, fizeram-se ouvir pedidos de ajuda ao Governo e à reitoria da Universidade de Coimbra. Gonçalo Lopes afirma que o acesso ao ensino democrático está comprometido.
A 23 de março, jovens descontentes com o Ensino Superior em Portugal protestaram no âmbito do Dia do Estudante.
A Rádio Universidade de Coimbra (RUC) esteve presente na manifestação que ocorreu na cidade dos estudantes e que partiu das Cantinas Azuis até à Porta Férrea. Degrau a degrau, os manifestantes subiram as escadas monumentais. Cada patamar representava uma dificuldade: as propinas, a habitação, as cantinas e as bolsas.
Gonçalo Lopes, estudante na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (FDUC) e membro organizador do protesto na cidade, critica o estado do ensino superior no país. O estudante aponta o subfinancimento por parte do governo, que contraria um ensino “público”, “democrático” e de “qualidade”. O manifestante recorda o incidente da queda da pala das cantinas azuis como a “mais recente imagem do que tem sido o deseventismento no ensino superior”.
Gonçalo Lopes espera uma melhor atuação dentro das opções políticas a tomar por parte da reitoria, mas entende as limitações ao investimento nas cantinas e às obras de requalificação dos edifícios pertencentes à Universidade, derivadas da falta de dinheiro.
Ao olhar para as principais demandas dos estudantes nacionais e, em especial, de Coimbra, o entrevistado pede medidas concretas ao Governo no que diz respeito à remoção da propina, ao cumprimento do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES), ao reforço das bolsas e refeição social.
Sara Rocha é estudante na Escola Superior de Educação de Coimbra (ESESC) e marcou presença nos protestos para defender o direto à educação, bem como lutar por um ensino “democrático” e “gratuito”. A manifestante lamenta que existam estudantes a desistirem dos cursos.
A Associação Académica de Coimbra (AAC) não participou neste protesto, que aconteceu em várias cidades do país, após a reprovação, em Assembleia Magna, das propostas de subscrição do apelo e da manifestação, a ser feita pela Direção-Geral. Em causa está o facto do órgão, presidido por João Caseiro, não fazer parte da organização.