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21.03.2023POR Helena Pais

Câmara Municipal de Coimbra reverte 83 abates de árvores. ClimAção Centro não está satisfeito

O executivo diz que vão ser poupadas as árvores que não interferem com o canal do MetroBus e que estão saudáveis. O ClimAção organiza nesta terça-feira um abraço às árvores que vão ser removidas na Rua Lourenço de Almeida Azevedo.

Foi aprovada a reversão de 83 dos abates de árvores previstos no projeto do MetroBus, na reunião da Câmara Municipal de Coimbra (CMC) de segunda-feira passada. No entanto, a medida não foi suficiente para acabar com as contestações do ClimAção Centro.

Segundo a vereadora com o pelouro dos transportes e mobilidade, Ana Bastos, o executivo tomou a decisão de preservar o máximo de árvores ao longo do futuro traçado do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM) face às alterações climáticas e no âmbito do regime jurídico de gestão do arvoredo urbano.

A Câmara procurou manter apenas os abates “indispensáveis”, nas palavras de Ana Bastos. Decidiu-se manter as árvores que não colidem com o canal do MetroBus e que não apresentam doenças, de acordo com a vereadora.

A reversão de 83 abates “sabe a pouco” a Miguel Dias, membro do ClimAção Centro, que tem vindo a manifestar-se desde agosto do ano passado, quando foi tornada pública a intenção de cortar os últimos cinco plátanos da Avenida Emídio Navarro. O ativista afirma, em conferência de imprensa na terça-feira passada, que podiam ter sido evitados alguns dos cortes que já foram consumados.

O executivo avançou, na reunião do dia 14 de fevereiro, que algumas das árvores da Rua Lourenço Almeida de Azevedo vão ser cortadas porque estão doentes. Para o ClimAção Centro, a única razão para o abate daquelas árvores é o projeto do MetroBus, já que as doenças foram sinalizadas num estudo que data de 2013 e, desde então, os exemplares sobreviveram à tempestade Leslie e à intervenção urbanística de 2020. Para expressar o desagrado com a decisão da Câmara, o movimento ambientalista organizou uma manifestação a ter lugar junto aos exemplares em questão, a partir das 18h00, no Dia Mundial da Árvore, que se comemora a 21 de março.

 

Francisco Queirós, vereador da CDU, louva a medida do executivo camarário, na reunião da passada segunda-feira, mas lamenta que só agora tenham surgido esforços para poupar as árvores a abater no âmbito das empreitadas do SMM.

Com a reversão de abates, na Rua D. João III, o número de árvores a serem cortadas passa de 46 para 24, segundo o executivo. Já na zona verde entre o Estádio Cidade de Coimbra e o centro comercial Alma, “foram identificadas 53 árvores, algumas das quais não vingaram, e atualmente existem 29 que, com esta revisão, serão mantidas”, refere a Câmara em comunicado. Na Rua Lourenço de Almeida Azevedo, de acordo com o executivo, estavam previstos 43 abates que foram reduzidos para 11.

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