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Dívida “que se arrasta desde 2011” motiva penhora da conta principal da Académica

Penhora no valor de 260 mil euros apanha direção de “surpresa”. Miguel Ribeiro nota ainda que relatórios de exploração do estádio não têm sido entregues e esclarece que os direitos de exploração do espaço são da AAC/OAF.

A vida da Associação Académica de Coimbra / Organismo Autónomo de Futebol (AAC/OAF) continua a não ser fácil, apesar de ter sido aprovado o plano de recuperação da Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas (SDUQ) por larga maioria – depois de se ter sabido que a maioria dos credores teria votado favoravelmente a proposta apresentada pelo clube, é agora público o voto favorável da Autoridade Tributária, cujo parecer tinha ficado pendente.

Após ter avançado, em conversa com o ‘Diário de Coimbra’, que a conta principal do clube se encontra penhorada, o presidente Miguel Ribeiro falou à RUC para esclarecer que o clube se tem batido com diversas dificuldades (algumas das quais relacionadas com dívidas antigas). Quanto a esta situação, o responsável lembra que os constrangimentos dificultam o pagamento de salários e destaca que foram retirados, pela Autoridade Tributária, grande parte dos fundos da conta.

Na espuma das notícias, a gestão do Estádio Cidade de Coimbra e o concerto dos Coldplay têm marcado a agenda: o acordo de utilização da infraestrutura renovada no âmbito do europeu de futebol realizado em Portugal, assinado em julho de 2004 entre a Câmara Municipal de Coimbra (CMC) e a AAC/OAF, determinava que o clube de futebol deveria fornecer anualmente elementos necessários à fiscalização do cumprimento do contrato, o que inclui o relatório e conta de exploração.

Ao longo da entrevista, Miguel Ribeiro confirma que nos últimos 3 anos não foram entregues relatórios, mas que estão a ser elaborados. Em junho deste ano, a atual direção vai entregar documentação referente ao período de 2022/2023, segundo o entrevistado.

Ainda sobre o acordo de utilização do Estádio Cidade de Coimbra e face a dúvidas levantadas pelo vereador do Partido Socialista (PS), Hernani Caniço, na última reunião camarária, o Presidente da Briosa assegura que compete à AAC/OAF explorar o Estádio.

Naquilo que diz respeito à parte desportiva, pode dizer-se que a Académica atravessa um momento de transição. Depois de ter andado em último lugar durante grande parte da fase 1 da Liga 3, a Briosa acabou por se classificar em 8º lugar e aguarda agora o início da fase de manutenção.

Ao comentar a aposta num novo treinador num momento decisivo da temporada, o dirigente começa por elogiar o “excelente trabalho do Zé Nando” que “deixou a equipa em excelentes condições”.  No entanto, o presidente aponta que a entrada de Tiago Moutinho veio mexer com a mentalidade dos jogadores para estes dois últimos jogos onde era imperioso ganhar e sublinha que, apesar dos últimos resultados, a 2ª fase vai ser “bastante difícil”.

O presidente da Académica admite que o caminho tem sido difícil, mas que compete à Direção resolver os problemas. Miguel Ribeiro apela ainda à união de toda a cidade para apoiar a equipa.

A fase de manutenção da Liga 3 inicia-se no próximo dia 2 de abril com a Académica a receber o Fontinhas no Estádio Municipal de Coimbra.

(Fotografia: Diário de Coimbra)

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