Erros infantis ditam derrota da Académica na receção ao Alverca: Opinião de Bruno Costa
Zé Nando surpreendeu tudo e todos com um regresso aos cinco defesas. O repórter RUC, Bruno Costa defende que a estratégia se mostrou errada. Lentidão, futebol trapalhão e de chutão para a frente.
A Associação Académica de Coimbra /OAF perdeu ontem por 1-2 frente ao Alverca em jogo da 20ª jornada da série B da Liga 3. O treinador da Briosa, Zé Nando, surpreendeu ao apresentar uma linha de cinco defesas, fazendo um desenho tático de 5-3-2, com Douglão a entrar para o setor defensivo e relegando o médio David Brás para o banco de suplentes. Na frente, Diogo Ribeiro jogou no lugar do habitual titular Juan Perea.
Os primeiros quinze minutos de jogo mostraram duas equipas muito nervosas e que cometiam alguns erros. Um desses erros foi fatal para a equipa da casa: Douglão atrapalhou-se com o esférico, Hassan roubou a bola ao brasileiro e, já dentro da área, tentou servir Tavinho. O médio Latón, em tarefas defensivas, tentou o corte, mas não foi feliz acabando por introduzir a bola dentro da sua baliza. Decorria o minuto 14.
Estratégia não resultou
O golo serviu para tranquilizar a equipa do Alverca, que, estando em vantagem, assentou o seu jogo e foi dominando a posse de bola. Os estudantes sentiram muito o golo adversário, não conseguindo responder à desvantagem, continuando a cometer erros e apresentando um A tática apresentada pelo técnico da AAC para esta partida não permitia à equipa ter bola em zona ofensiva, já que o Alverca, que jogava com as linhas subidas, dificultava a primeira fase de construção dos da casa, obrigando os defesas a preferirem colocar bolas nas costas da defensiva contrária. Estratégia que não resultou, uma vez que quer Diogo Ribeiro, quer Hugo Seco, eram insuficientes para conseguir ganhar a posse de bola.
O jogo foi-se arrastando para o intervalo, sempre com os visitantes com maior posse de bola e controlo do jogo. Por seu lado, a Briosa revelava dificuldades na construção de lances ofensivos e dificuldades em segurar os rapidíssimos avançados ribatejanos, que, quando imprimiam velocidade nos processos, a defensiva academista passava por sérias dificuldades.
Duas alterações ao Intervalo mexeram com o jogo
O técnico Zé Nando mexeu ao intervalo, tirando Douglão e Latón, entrando David Brás e David Teles, passando a jogar num 4-4-2. Esta alteração tática mostrou uma Académica com mais posse de bola e mais próxima da baliza de Kádu. Na segunda parte, a “Briosa” foi sempre superior ao seu adversário, remetendo-o em largos períodos para a sua zona defensiva, e só a espaços e com bolas longas o Alverca conseguia sair da sua zona defensiva. No entanto, a Briosa sentia dificuldades em entrar na área devido ao facto dos visitantes terem baixado as suas linhas, jogando de forma compacta, e só em lances de bola parada criava dificuldades ao último reduto ribatejano.
Contudo, e contra a corrente do jogo, foram os homens de Alverca que, ao minuto 71, voltaram a marcar. Caiado aborda mal a marcação a Tavinho, que aproveita e foge junto à linha final, fazendo um cruzamento tenso ao segundo poste. Ruben Pina, que tinha entrado há poucos segundos, apareceu a cabecear para o fundo da baliza de Nuno Hidalgo.
Golaço de Vasco deu esperança à Briosa
A equipa de Zé Nando tentou responder de imediato e, cinco minutos depois, aos 76m, chegou ao golo. Canto da direita batido por Caiado, Marcos Silva afasta para a entrada da área, onde surge Vasco Gomes, que com um remate forte e colocado reduz a desvantagem. Após o golo, o técnico dos capas negras colocou Pepo e Juan Perea numa tentativa final de chegar ao empate. Os lances de perigo foram-se sucedendo: Desmond primeiro e Perea depois, viram Kádu, com duas defesas apertadas, negar o empate. Nesta fase, o Alverca foi jogando com o relógio de forma a quebrar o ritmo de jogo. O resultado não sofreria mais alterações até final.
Uma derrota que castiga os estudantes pela fraca primeira parte, onde claramente a escolha tática não foi a melhor, e que permeia uma fraca prestação do Alverca. No entanto, o Alverca soube aproveitar os erros contrários para vencer.