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Obras no Largo da Sé Velha prolongam-se e comerciantes afirmam que sentem dificuldades
“As obras trazem benefícios, mas ao mesmo tempo trazem inconvenientes”, afirma Lusitano Santos, residente do centro histórico na Sé Velha e professor jubilado da Universidade de Coimbra, em entrevista à RUC.
As obras de requalificação do Largo da Sé Velha encontram-se numa fase de impasse, após ter sido descoberto um conjunto de sepulturas escavadas na rocha.
Ana Bastos, docente do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Coimbra (DEC-UC) e vereadora na Câmara Municipal de Coimbra (CMC), relembra que a requalificação da Sé Velha implica substituir as infraestruturas subterrâneas da zona. Trata-se de um trabalho complexo, segundo a vereadora, porque podem surgir “surpresas”, como, no caso, achados arqueológicos ou materiais osteológicos.
Na passada segunda-feira, dia 13 de fevereiro, houve reunião do executivo camarário. Raquel Santos Veiga, vereadora eleita pelo Partido Socialista, afirmou que a prolongada duração das obras, aliada à pouca comunicação da Câmara Municipal, incidiu na vida dos habitantes e comerciantes da zona do centro histórico.
A Rádio Universidade de Coimbra (RUC) decidiu investigar a propósito da má convivência com as obras, entrevistando proprietários de lojas e moradores da zona.
Gabriela Silva, trabalhadora na mercearia do Largo da Sé Velha, afirma que a requalificação é boa, por um lado, porque a pavimentação era um perigo para muitos habitantes. No entanto, Gabriela Silva sente que falta o aproveitamento do espaço “enquanto zona histórica”.
A RUC foi perguntar ao dono do café Oasis – histórico ponto de encontro dos estudantes – como se posiciona perante a requalificação. O proprietário, Arsénio Silva, teve dificuldades em relacionar-se com as obras. Desde logo, porque limitaram a esplanada do café, bem como o trabalho em si, conta.
Lusitano dos Santos, docente jubilado do Departamento de Engenharia Civil, morador na zona, relembra que todas as obras são sempre motivo de queixas, mas nascem com o objetivo de melhorar a cidade.
No entanto, Lusitano dos Santos acredita que houve uma falha no projeto de requalificação do Largo da Sé Velha, ou seja, na fase que precede a execução. Com efeito, muitos comerciantes tiveram que enfrentar dificuldades, afirma o docente jubilado. A título de exemplo, Lusitano dos Santos recorda o vizinho vidreiro que se vê impedido de transportar material para a oficina.
A data do recomeço das obras no Largo da Sé Velha ainda não é conhecida. Aguarda-se o parecer da Direção Regional da Cultura do Centro e da Direção Geral do Património Cultural.
Fotografia: Arianna Angioli
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