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ABIC considera posições do Ministério do Ensino Superior “intransigentes”

A Associação dos Bolseiros de Investigação Cientifica (ABIC) reuniu, no dia 6 de fevereiro, com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e a Fundação para Ciência e Tecnologia. Segundo a presidente da ABIC, Bárbara Carvalho, as instituições mostraram-se “intransigentes” em relação à melhoria das condições de trabalho dos investigadores com bolsa.

A Associação dos Bolseiros de Investigação Cientifica (ABIC) publicou, hoje, dia 9 de fevereiro, um comunicado no seguimento da reunião com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e a Fundação para Ciência e Tecnologia, que teve lugar na passada segunda-feira, dia 6 de fevereiro. O fim do estatuto de bolseiro de investigação – uma medida há muito defendida pela ABIC e o principal motivo para o pedido de audiência – foi um dos principais pontos de discórdia no encontro. Em entrevista à RUC, a presidente da associação, Bárbara Carvalho, justifica, mais uma vez, a importância desta proposta, destacando que a contratualização de profissionais em fase de formação já em norma em outras áreas e em diversos países europeus.

A ABIC critica, ainda, a estratégia que estipula que, a partir de 2023, metade das bolsas para doutoramento vão ser atribuídas em ambiente não académico. Em dezembro de 2022, em entrevista à Lusa, a Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, afirmava que a ideia pretendia “dinamizar a economia nas empresas”. No entanto, a investigadora Bárbara Carvalho defende que a medida vai acentuar a precariedade na investigação e alargá-la a outros setores.

Ao apostar nas bolsas em contexto não-académico, Bárbara Carvalho afirma que o governo está a priorizar a criação de valor em detrimento da criação de conhecimento. Acrescenta, ainda, que a alteração não faz sentido se forem analisados os números do ano passado, porque existe pouca procura para este painel de bolsas.

Em suma, a ABIC considera que a visão estratégica do ministério não dá resposta às dificuldades enfrentadas pelos investigadores bolseiros. A atualização dos valores das bolsas, por exemplo, é considerada manifestamente insuficiente para fazer face à perda do poder de compra e ao aumento do custo de vida.

No que toca aos pontos de entendimento, a investigadora Bárbara Carvalho destaca a eliminação das taxas de entrega de tesa e o direito à licença de maternidade paga integralmente em qualquer circunstância, nomeadamente no âmbito de projetos, como compromissos assumidos e pequenos passos que são importantes.

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