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03.02.2023POR Tomás Cunha

Mercado em análise com Rui Sá Frias: “Um mercado atarefado”

Perante o mercado de janeiro mais movimentado dos últimos anos conversamos com Rui Sá Frias. Uma conversa sobre contratações, saídas e a necessidade de combinar rigor financeiro com as exigências desportivas.

O mercado de transferências em 2023 tem sido bastante movimentado, com vários jogadores e clubes envolvidos em negociações milionárias. Algumas das transferências mais importantes e impactantes desta janela incluem a transferência do médio Enzo Fernandez para o Chelsea ou a contratação do extremo ucraniano Mykhaylo Mudryk para o mesmo clube londrino. Sem a capacidade financeira do Chelsea, o rei do mercado de janeiro a nível internacional, a Associação Académica de Coimbra / OAF mostrou-se ao nível da Liga 3 muito ativa nesta janela de transferência.

Na soma global, a equipa de Coimbra registou seis entradas e dez saídas, números há muito não vistos na Académica. Para entender a abordagem da Briosa nesta janela conversámos com Rui Sá Frias, vice-presidente do clube. O responsável pela pasta financeira da direção comandada por Miguel Ribeiro, descreveu a janela de janeiro como um mercado “atarefado”, onde a Académica trabalhou desde novembro para colmatar as necessidades do plantel. Neste sentido, Rui Sá Frias enalteceu o trabalho de preparação para o mercado, algo que permitiu que três dos seis reforços treinassem desde o final de dezembro com o plantel. Sobre o resto das entradas, o último reforço Tiago Melo, foi uma oportunidade que surgiu e que a Académica aproveitou para dar maior competitividade ao lado direito do plantel.

Das seis contratações, dois jogadores são provenientes de clubes estrangeiros (Juary Soares da Terceira Divisão Espanhola e Ruca da Primeira Liga Búlgara), e os restantes reforços chegaram da Segunda Liga, Liga Revelação e da Liga 3, respetivamente. Perante perfis tão diferentes, questionamos Rui Sá Frias sobre o método de identificação destes jogadores. O vice-presidente do clube explicou que os reforços foram identificados num trabalho conjunto entre a direção e Zé Nando, atual treinador e ex-diretor desportivo. Rui Sá Frias frisou ainda que o clube “não trabalhou com nenhum empresário em particular” e que a lista de reforços é resultado de muitas reuniões, onde a direção através de uma “shortlist” procurou chegar aos nomes desejados. 

Sobre as diferenças no “ataque” ao mercado entre o verão e o frio de janeiro, Rui Sá Frias enalteceu que nesta janela de transferência houve mais tempo para identificar as necessidades do plantel. Neste sentido, houve uma preocupação em colmatar as “lacunas” da equipa, contratando jogadores de perfil diferente. Nesse sentido, chegaram as “torres” Ibouka (196cm), Perea (190 cm) ou Laton (185 cm), que dão “altura” e mais força física a uma equipa que se demonstrou demasiadas vezes “mole” na primeira volta do campeonato.

“Veni, vidi, vici”, frase atribuída ao imperador romano Júlio César, após a vitória rápida e eficiente sobre os rebeldes partos 47 a.C pela República Romana, também pode descrever o sucesso imediato de Juan Perea, novo ponta de lança da Briosa. Afinal de contas, o impacto do jogador colombiano foi imediato, com dois golos contra o Sporting e Fontinhas. Perante o sucesso do avançado “cafetero”, questionamos o futuro do novo número “nove” da velha senhora academista: “Perea é trabalhador da Académica” e tem um contrato com opção além desta época, respondeu prontamente Rui Sá Frias

ENTRADAS: Kevin Ibouk a (Mafra) ; Juary Soares (Racing Rioja, Espanha), Ruca (Beroe, Bulgária), Latón (Varzim) ; Juan Perea (Covilhã) e Tiago Melo (Vitória de Setúbal). 

SAÍDAS: Benny (Marinhense), Fábio Pala (Belenenses), Nivaldo (sem clube), Xavier Venâncio (Sintrense), Isaac Boayke (AD Fafe), João Pais (Mortágua), Pedro Prazeres (Vianense) e Diogo Machado (Académica SF – Emprestado).

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