UC lança projeto para aumentar representatividade das mulheres nas áreas das engenharias, matemática e tecnologias
Até final de julho são 17 as atividades a desenvolver pelo projeto Equal.STEAM. O programa passa pela formação de professores, sensibilização dos pares e pela aproximação ao mercado de trabalho.
O projeto Equal.STEAM foi apresentado esta tarde no Student Hub da Universidade de Coimbra. “O Ensino Superior tem responsabilidade acrescida na desmontagem dos estereótipos” que impedem as mulheres e jovens raparigas de frequentar áreas STEAM, ou seja, cursos ligados às Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática, afirmou a vice-reitora dos Assuntos Académicos e Atratividade de estudantes pré-graduados da Universidade de Coimbra (UC), Cristina Albuquerque, na apresentação do projeto de que também é coordenadora. À comunicação social, no final da sessão, a vice-reitora reforçou os objetivos do projeto.
São 17 as atividades a desenvolver por uma equipa multidisciplinar que vem de diversas áreas da Universidade de Coimbra.
Entre as tarefas está a criação de cursos e-learning ou a cocriação de mentores. Esta última atividade tem como objetivo lançar dois programas: um de engenharia eletrotécnica e outro de engenharia mecânica, cursos onde o número de raparigas é diminuto. Baseiam-se numa experiência que decorreu o ano passado em Engenharia Informática, denominada “inspira”.
Cristina Albuquerque lembrou que “subjacente às escolhas” profissionais das jovens mulheres está “todo um processo de socialização que vai desde o jardim-de-infância à universidade”. A responsável apontou razões que levam as jovens a afastarem-se de áreas STEAM.
Ao longo do programa, vai ser construído um ‘Booklet’ de boas práticas, uma ferramenta que vai servir de referência a posteriori. Durante o projeto, as jovens mulheres vão também ter oportunidade de passar por uma experiência imersiva no mercado de trabalho. Haverá um conjunto de estágios e experiências, umas mais curtas e outras mais longas, com empresas parceiras.
A ciência e a investigação não vão ficar de fora. Cerca de 20 estudantes vão ter oportunidade de realizarem estágios de um a três meses nos laboratórios da UC. A vice-reitora para a Investigação e 3º Ciclo, Cláudia Cavadas, falou à comunicação social do objetivo de capacitação da comunidade académica.
Um concurso de vídeo e imagem, precedido de formação em imagem e vídeo, faz parte do programa. Está também prevista a criação de um conjunto de ‘podcasts’ sobre invenções de mulheres na engenharia, ciência e tecnologia. Jovens mulheres da comunidade UC e mulheres a pensarem mudar de carreira vão ser desafiadas a desenvolverem competências em informática e robótica.
Até ao dia 29 de janeiro está em curso uma ‘open call’. Pretende procurar participantes para a criação colaborativa e apresentação pública de uma peça de teatro que promova a reflexão e a discussão sobre os estereótipos de género relacionados com o Ensino Superior.
No projeto vai também ser criado um filme com apresentação pública em maio de 2023. Na fita vão participar alunos da UC, nacionais e internacionais. Pretendem refletir sobre “questões de género, estereótipos e igualdade de oportunidades nas diferentes áreas do conhecimento”.
Cláudia Cavadas enalteceu a importância da componente das Artes para “dar visibilidade às mulheres”.
O projeto Equal.STEAM tem um Website e está presente nas redes sociais. O projeto vai monitorizar os materiais de marketing e website de forma a assegurar que incluem estudantes mulheres.
Cristina Albuquerque revelou que do projeto vão resultar a criação de duas unidades curriculares transversais. Uma delas vai centrar-se na construção da paz. A outra centra-se no desenvolvimento integral e bem-estar, vai abordar questões relacionadas com saúde, participação, autoestima, inteligência emocional, multiculturalidade, diversidade, ética e trabalho.
Assim como nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, são 17 as atividades a desenvolver pelo projeto Equal.STEAM. Segundo a vice-reitora, Cristina Albuquerque, o Equal.STEAM candidatou-se ao Plano Operacional Capital Humano, sob proposta da Direção-Geral do Ensino Superior, numa ótica de “inovação pedagógica e de complemento ao projeto da UC “PRR – Living the Future Academy”.