Tempo frio ativa Plano Municipal de Contingência para pessoas em situação de sem-abrigo

Face às previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) que apontam para uma descida acentuada dos valores de temperatura nos próximos dias e perante as baixas temperaturas que se têm feito sentir, a Câmara Municipal de Coimbra (CMC) acionou ontem, dia 24 de janeiro, o Plano Municipal de Contingência para pessoas em situação de sem-abrigo.

O documento aprovado pela CMC no passado dia 19 de janeiro descreve a estrutura e a coordenação de ações de resposta, de âmbito municipal, a gestão operativa, bem como a forma de mobilização e ativação dos recursos existentes de apoio social à população em situação de sem-abrigo, face à ocorrência de períodos de tempo frio e de tempo quente.

Para falar sobre este Plano, em entrevista à Rádio Universidade de Coimbra (RUC), a vereadora da CMC com o pelouro da ação social, Ana Cortez Vaz, começou por informar o que mudou com o aviso amarelo ativado ontem, salientando que as equipas de rua estão em alerta máximo.

Ana Cortez Vaz destaca a importância dos giros noturnos que se fazem regularmente e do Centro de Acolhimento de Emergência noturno onde as pessoas podem pernoitar de forma mais segura. Os giros sustentam uma maior proximidade e são a oportunidade para se prestar maior atenção aos sinais que podem evidenciar alguma hipotermia, alguma doença cardiovascular ou outra, sustenta a vereadora.

De acordo com Ana Cortez Vaz, para além dos contactos feitos nos giros, todos os sem abrigo têm um gestor do seu caso e sempre que necessitam de algo recorrem a esse contacto.

Relativamente ao que se modificou com o novo plano recentemente aprovado, Ana Cortez Vaz, sublinha que para o IPMA, no distrito de Coimbra, o aviso amarelo só era ativado quando se registavam temperaturas de -1 grau em dois dias consecutivos. Segundo a vereadora, esta avaliação revelava-se utópica, tendo em atenção as temperaturas que se fazem normalmente sentir no concelho de Coimbra.

Devido à situação meteorológica, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) alertou para os potenciais riscos, nomeadamente “intoxicações por inalação de gases, devido a inadequada ventilação em habitações onde se utilizem aquecimentos como lareiras e braseiras”, assim como para incêndios devido à “má utilização de lareiras e braseiras ou de avarias em circuitos elétricos”.

A ANEPC recomenda igualmente especial atenção aos grupos populacionais mais vulneráveis, crianças, idosos e pessoas portadoras de patologias crónicas e população sem-abrigo. Lembra-se ainda que o impacto destes efeitos pode ser minimizado através da adoção de comportamentos adequados, nomeadamente evitar a exposição prolongada ao frio e às mudanças bruscas de temperatura.