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Conselho Académico Internacional submete proposta de criação do Dia do Estudante Internacional

João Caseiro reconhece que os desafios dos Estudantes Internacionais devem ser assunto central na reitoria e que é necessário haver políticas de igualdade para fomentar uma maior inclusão e melhor integração da comunidade estudantil internacional na universidade. Felippe Vaz defende mais ações reivindicativas no seio da academia de maneira a diminuir as desigualdades entre os Estudantes Internacionais e Nacionais.

Decorreu no dia 24 de janeiro a Marcha pelo Dia Internacional da Educação que reuniu dirigentes da Associação Académica de Coimbra (AAC) e os presidentes da Associação de Pesquisadores de Estudantes Brasileiros em Coimbra (APEB Coimbra), Académicos Timorenses de Coimbra (ATC), da Organização de Estudantes da Guiné-Bissau em Coimbra (OEGBC) e da Associação de Estudantes Santomenses em Coimbra.

A manifestação contou com algumas dezenas de participantes que seguiram desde da Porta Férrea até aos jardins da AAC a reivindicarem mais ação social e a abolição do processo de Bolonha, assim como da propina, em especial, da internacional.

O evento incluiu intervenções finais no átrio da Sala de Estudo por parte de João Caseiro, presidente da Direção Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC). O dirigente associativo afirma que as instituições de ensino superior têm cobrado um valor de propina “abusivo, indigno e desajustado da realidade dos Estudantes Nacionais e Internacionais” e critica o processo da revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES) que, segundo João Caseiro, “reforça um descrédito governamental face à importância da representação estudantil nos órgãos de governo nas instituições de ensino superior e na formação de políticas públicas do estado para a formação”. Na sua intervenção, o presidente da DG/AAC revela que o Conselho Académico Internacional vai submeter ao governo uma proposta de criação do dia do Estudante Internacional, a acontecer a 10 de março, com o objetivo de “manter presente a imperativa necessidade de encetar esforços pela inclusão, pela integração e por uma mais digna e igualitária condição de Estudante Internacional na Universidade de Coimbra […]”.

Filippe Vaz, presidente da APEB Coimbra e secretário-geral do Conselho Académico Internacional, aponta, em conferência de imprensa, que apesar das lutas e causas dos Estudantes Nacionais e Internacionais serem semelhantes em vários pontos, ainda existe uma larga discrepância noutros assuntos, nomeadamente na propina internacional e na habitação. O estudante brasileiro refere que os estudantes internacionais pagam valores diferentes no acesso às residências e que não têm direito ao apoio social direto. Em matéria de ação reivindicativa, os Estudantes Internacionais ainda se encontram “uns passos atrás” em relação aos restantes alunos, de acordo com o presidente da APEB Coimbra.

O secretário-geral do Conselho Académico Internacional diz que a atual reitoria tem-se mostrado de portas abertas ao diálogo no que diz respeito à propina internacional e recorda a criação da bolsa de estudos para Estudantes Internacionais do 2º ciclo. Porém, Filippe Vaz lamenta a estagnação de ações concretas por parte da reitoria, desde há dois anos. Filippe Vaz destaca a inação da Universidade de Coimbra (UC) como uma das razões que levou à criação do Conselho Académico Internacional que pretende unir e dar voz aos Estudantes Internacionais.

João Caseiro considera sensato que a AAC albergue nas suas lutas e causas a realidades dos Estudantes Internacionais, seja a partir de manifestações ou através de cadernos reivindicativos. O presidente da DG/AAC sublinha que têm procurado fazer um trabalho de aproximação à comunidade estudantil internacional e que querem continuar a colaborar com as entidades presentes na marcha. O mestrando acredita que é necessário “tocar com o dedo na ferida” e direcionar a realidade das problemáticas dos Estudantes Internacionais ao poder político a nível da UC.

Os presidentes da OEGBC e da Associação de Estudantes Santomenses em Coimbra, Braima Balde e Neyda Lima respetivamente, também intervieram para mencionar a importância da Marcha e condenarem as desigualdades, no seio da universidade, em termos de integração dos Estudantes Internacionais. O vice-reitor da UC, responsável pela pasta das Relações Externas e Alumni, João Calvão da Silva foi convidado a estar presente para falar aos estudantes, mas não compareceu dado que se encontrava no estrangeiro. Não obstante a sua ausência do solo nacional, foi transmitida uma gravação do discurso de João Calvão da Silva aos manifestantes presentes na sessão final da Marcha.

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