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Ministro da Cultura: “Comemorações do 25 de Abril têm de ser do país”

Palavras ditas por Pedro Adão e Silva, ministro da Cultura, na inauguração da exposição “Primaveras Estudantis: da crise de 1962 ao 25 de Abril”, em Coimbra, no Convento São Francisco. A exposição iniciou em março, em Lisboa, as comemorações oficiais da revolução de 25 de Abril de 1974.

Inaugurada em Lisboa a 24 de março data em que “passámos a ter mais dias de democracia do que aqueles que tivemos de ditadura”, e que comemorou os 60 anos da proibição do Dia Nacional do Estudante no tempo do Estado Novo, a exposição chegou a Coimbra no último sábado dia 10 de dezembro.

Na cerimónia o ministro da Cultura desafiou os portugueses a apropriarem-se da comemoração da revolução portuguesa.

José Manuel Silva, presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), deixou um convite às pessoas de toda a Região de Coimbra para que venham recordar “o que foram tempos únicos da revolta e da liderança estudantil na luta pela democracia e pela liberdade”. Assinalou também a contribuição de Coimbra para as lutas estudantis e lembrou que a luta pela democracia nunca termina.

Álvaro Garrido, diretor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, coordenou o grupo de investigadores que prepararam a exposição. Dela fizeram parte mais três historiadores (Ana Sofia Ferreira, Francisco Henriques e Gil Gonçalves) e um jornalista (Paulo Pena). O artista plástico, natural de Coimbra, António Viana participou na conceção da exposição comemorativa dos 50 Anos do 25 de Abril “Primaveras Estudantis”.

No último sábado, Álvaro Garrido realizou uma visita guiada pela mostra e desfez alguns mitos sobre a brandura do Marcelismo e do Estado Novo para com os estudantes ativistas.

A primeira parte da exposição detalha a crise estudantil de 1962 em Lisboa e as referências a Coimbra. Depois mostra o “refluxo do movimento entre 62 e 65”. Seguem-se os antecedentes da crise de 1969 e os acontecimentos da crise de 1969 com o ‘Peço a Palavra’ do presidente da Associação Académica de Coimbra na inauguração do edifício das Matemática e a greve aos exames a 2 de junho.

Alberto Martins descreveu o ambiente que a cidade viveu.

Na exposição pode ser apreciada a Taça de Portugal que o ‘Sport Lisboa e Benfica” ganhou à Académica em 22 de junho de 1969, data em que Eusébio marcou o golo “menos patriótico” da carreira, na opinião do diretor da FEUC.

Mário Campos, jogador da Académica que participou na Final da Taça em que os estudantes levaram os protestos a Lisboa ao Jamor, reviveu a adesão da equipa à luta estudantil.

Na inauguração em Coimbra marcou presença o atual presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra, João Caseiro e o vice-presidente Daniel Aragão.

A mostra apresenta cartazes filmes e entrevistas bem como elementos de reprodução dos panfletos que informavam a população do que se estava a passar. A curadoria recolheu, entre outros, espólio de privados, elementos do arquivo da RTP, elementos da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, do arquivo Ephemera de Pacheco Pereira e fotografias da Secção de Fotografia da Associação Académica de Coimbra.

Com entrada gratuita, a exposição está distribuída por vários locais do Convento São Francisco (Sala do Capítulo, Galeria Pedro Olayo (filho) e corredor do piso 0). Pode ser visitada de quarta a segunda-feira, das 15h00 às 20h00 (última entrada às 19h30). A mostra fica no Convento São Francisco até 25 de Abril de 2023.

Depois de Coimbra, Vila Nova de Gaia é a cidade que vai acolher a exposição “Primaveras Estudantis: da crise de 1962 ao 25 de Abril”.

Fotografia: CMC

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