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Catarina Melo: “Não é por serem medidas que geram reticências na reitoria que deixaremos de «tocar com o dedo na ferida»”

Lista C aponta como prioridade a aproximação do Conselho Geral aos estudantes. Defesa do estudante internacional, combate à endogamia (e, consequentemente, à “estagnação” da UC) e reforço da ação social são alguns dos projetos da candidatura.

Na antecâmara das eleições para os representantes dos estudantes de 1º e 2º ciclo de estudos no Conselho Geral da Universidade de Coimbra (CGUC), a Rádio Universidade de Coimbra esteve à conversa com Catarina Melo, primeira efetiva da Lista C – “Capacitar a UC, Construir o Amanhã”, no programa Mata-Bixo da passada terça-feira, dia 6.

“É imprescindível que a comunicação [com os estudantes] seja melhorada”

Catarina, que já tinha feito parte da Lista G (que elegeu Renato Daniel, Madalena Santos e Ricardo Ferreira) candidata ao Conselho Geral em 2020, garante que o projeto que agora encabeça não é de continuidade, apesar de fazer um balanço positivo do atual mandato. Embora aponte que a pandemia foi um grande obstáculo relativamente ao trabalho exercido pelos colegas, a estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC) denuncia a necessidade de estabelecer uma maior proximidade entre os estudantes e o órgão, assumindo que, caso seja eleita, se compromete a trabalhar nas redes sociais dos estudantes conselheiros e a proporcionar momentos de discussão em várias plataformas, entre as quais pode estar a Assembleia Magna da AAC.

A primeira grande decisão a ser tomada pelos novos estudantes a integrar o Conselho Geral o voto nas eleições para reitor da Universidade de Coimbra, que se realizam no próximo mês de fevereiro. A candidata pela Lista C explica que esta posição, como todas as outras que venha a tomar, tem que ser sempre coaduna com a visão dos estudantes, comprometendo-se a organizar momentos de discussão aberta que promovam um maior esclarecimento daqueles que representa. Face ao pouco que se sabe em relação à eleição em causa, Catarina Melo adianta apenas que todas as candidaturas vão ser analisadas, não descartando um voto no atual reitor Amílcar Falcão.

“A nossa postura deve ser ‘ambiciosa’, mas deve primar sempre por uma defesa das necessidades dos estudantes da Universidade de Coimbra”

O tema que, como já é habitual, marca as eleições para o Conselho Geral é o da representatividade dos estudantes no órgão. A presidente do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC) destaca que este é um ponto de aproximação entre as todas as listas candidatas, apontando que é possível estabelecer pontes entre os futuros eleitos de forma que o poder daqueles que os elegem saia reforçado. No entanto, Catarina Melo não deixa de referir que, uma vez eleita, se baterá no sentido de colocar pressão sobre as entidades responsáveis pela revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES) e também pelo próprio aumento da representatividade estabelecido no CGUC, que hoje não alcança os 30% possíveis (apesar de, ao contrário de outros candidatos, não advogar o fim da participação de entidades externas à Universidade no órgão).

No campo da ação social, a Lista C defende tanto que todos os bares das unidades orgânicas devem ser geridos pelos Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra (SASUC) como que todas as cantinas devem oferecer prato social. Apesar de serem propostas “ambiciosas”, Catarina Melo defende que isso não deve impedir os estudantes conselheiros de reivindicar melhores condições para aqueles que representam, não se mostrando assustado com as reticências que reitoria já tem mostrado em relação a ambos os temas. Apesar de não constar no programa eleitoral, a candidata considera ainda que se deve reverter o processo de desmaterialização posto em prática com a implementação da aplicação SASUC Go! e voltar a permitir o pagamento em numerário nas cantinas da Universidade, embora acredite que estes serviços devem estar totalmente voltados para a comunidade estudantil.

“Há que continuar a apostar numa evolução e internacionalização porque isso vai trazer para junto da UC a formação de estudantes com competências que os vão distinguir dos de outras universidades”

A responsável pela Lista C afirma que há um sentimento generalizado de que a Universidade de Coimbra “está a ficar cada vez mais para trás”, algo que associa aos elevados níveis de endogamia universitária. Conforme alega, para que a formação seja mais completa, a aposta da instituição deve ser na internacionalização e na contratação de docentes que consigam trazer outras visões e métodos capazes de romper com a “estagnação” atual. Catarina reforça ainda que, para este fenómeno, contribui uma falta de contacto com o tecido empresarial da região – um elemento que abona a favor de Universidades de outros pontos do país.

Sem qualquer estudante internacional representado na candidatura, a cabeça-de-lista assinala que isso não significa o seu esquecimento, considerando até que é aí que se encontra “um dos maiores pilares da candidatura”. A estudante da FFUC lembra que a Universidade de Coimbra é uma das universidades do país onde o valor da propina destes estudantes é mais elevado – algo que, segundo afirma, já tem conduzido à evasão de alguns de estudantes internacionais que acabam por reforçam diferentes instituições do país. Nesse sentido, Catarina Melo defende a redução deste valor, não esquecendo também a necessidade de continuar a lutar pela descida da taxa paga por estudantes de 1º e 2º ciclo de estudos.

Para ouvir a entrevista na íntegra pode clicar no link acima ou através do nosso serviço de podcasts.

 

 

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