Convento São Francisco anuncia programação “eclética e singular” para primeiro semestre de 2023

A programação do Convento São Francisco (CSF) em Coimbra foi apresentada ontem aos órgãos de comunicação social locais e a todos os convidados da Câmara Municipal de Coimbra (CMC) na antiga igreja, agora Sala D. Afonso Henriques, durante a tarde. Pela manhã de ontem o jornal Público já tinha antecipado o que vai ser a programação do primeiro semestre.

Um prenúncio das palavras proferidas pelo presidente da CMC, José Manuel Silva, na abertura da cerimónia, ao afirmar ter o CSF “a maior sala de espetáculos de uma autarquia e gerida por uma autarquia”, acrescentando que o equipamento municipal tem de se afirmar como “referência nacional de eventos culturais e de eventos corporativos”.

“Carta Branca a…”, para acolher residências artísticas de jovens talentos do concelho de Coimbra, acompanhados de “mentoria/capacitação e realização de concertos” com artistas nacionais, é um dos novos ciclos de música. Os desafios foram feitos a Leonor Quinteiro e ao pianista Filipe Gouveia Melo, adiantou Paulo Pires.

Já o ciclo “Santos de Casa fazem milagres” vai estrear novos “projetos” ou “novos formatos de espetáculo com artistas do concelho”. Projetos que no primeiro semestre têm a particularidade de serem protagonizados apenas por mulheres.

A terceira novidade, a nível dos ciclos de música, teve origem na expressão de Camões, “Concílio dos Deuses” e pretende trazer ao Convento “grandes nomes da música instrumental”. O diretor artístico do CSF destacou alguns dos artistas.

O festival “Lux Interior” regressa ao Convento São Francisco desta vez em março do próximo ano (17, 18 e 19), depois de ter tido a primeira edição no CSF em 2017. Rui Ferreira da Lux Records, a promotora do festival, anunciou nomes. Os Clã são cartaz do primeiro dia, a 17 de março. A abrir esse dia atuam “Os Duques do Precariado”, uma banda nova.

Os Sensible Soccers vão estar no segundo dia com um espetáculo de nome “Manuel” baseado na obra do cineasta Manuel de Oliveira. Tó Trips na formação Club Makumba, Ray e The  Legendary Tiger Man são apenas alguns dos nomes do último dia em que acontece uma tarde de rock. Não vai faltar gente nova nessa tarde, revelou Rui Ferreira.

O “Café Curto”, o ciclo que nasceu para artistas emergentes vai continuar no Café Concerto do CSF com produção da Blue House. No primeiro semestre acontecem 30 ‘show cases’. Desta vez existe uma parceria com o Jazz ao Centro Clube  e com o curso profissional de Jazz do Conservatório de Música de Coimbra . Na última terça-feira do mês os artistas que vêm de uma residência artística promovem um concerto duplo. João Silva, produtor na Blue House revelou alguns nomes que vão marcar presença no “Café Duplo”.

O Convento São Francisco acolhe a nível teatral produções do Teatro Nacional de São Carlos,  do Teatro Nacional D. Maria II, mas não só.  Ivo Canelas apresenta  a 4 e 5 de fevereiro no Grande Auditório, o monólogo “Todas as coisas maravilhosas”, escrito por Duncan Macmillana. ‘Má Educação’, pela Formiga Atómica acontece a 25 de março, no âmbito do Dia Mundial do Teatro.

Na dança regressa o festival “Abril Dança em Coimbra”. O bailado  ‘A hora em que não sabíamos nada uns dos outros’, pela Companhia Olga Roriz, “precedido de audições com elementos da comunidade para participação no espetáculo”, chega em junho ao Grande Auditório. Paulo Pires revelou a estreia em Coimbra de uma outra companhia.

O projeto “Mil Pássaros” que articula educação e cultura do Município de Coimbra vai apostar na arte para a infância. O projeto âncora para o pré-escolar e o 1.º ciclo do ensino básico vai ter algumas ações no Convento São Francisco. A proposta tem também uma componente de capacitação para os educadores de infância (53), bem como para auxiliares da ação educativa (127). Ana Vaz, vereadora que tutela a educação no Município de Coimbra enunciou os objetivos.

“Saudades do Brasil em Coimbra” no Grande Auditório vai fazer regressar à cidade Adriana Calcanhoto em maio (a 24), para a estreia mundial do novo disco. Seu Jorge sobe ao palco do Grande Auditório a 24 de abril. Em junho (a 11) o brasileiro Criolo junta-se à portuguesa A Garota Não.

A temporada do ciclo abre a 6 de janeiro com um concerto no Grande Auditório, às 21h30, de Ricardo Ribeiro, Camané e António Zambujo mais a banda de suporte a que se junta o ensemble de cordas da Orquestra Clássica do Centro (OCC).

À programação do Convento São Francisco não vai faltar a chegada do Festival Política no segundo semestre, em fevereiro a 10 e 11 tem lugar um “aquecimento” da iniciativa. Dino d’Santiago vai conversar com comunidade a escolar sobre inclusão social pela arte e haverá um concerto para o público em geral.

No entanto, a programação do primeiro semestre do Convento São Francisco passa em grande parte pela música. Jorge Palma com convidados (Rui Reininho e Manuela Azevedo), Xutos & Pontapés, Rui Veloso, Vitorino, Pedro Abrunhosa, The Black Mamba, Sérgio Godinho ou Ana Bacalhau são mais alguns dos nomes a fixar. OCC, Orquestra Gulbenkian e Orquestra Filarmónica Portuguesa também vão marcar presença.

Fotografia: CMC