Sondagem ‘A Cabra’/RUC: Apenas 10% dos apoiantes de João Caseiro defende posição de saída do ENDA

No âmbito das eleições para a Direção-Geral e Mesa da Assembleia Magna da Associação Académica de Coimbra, o Jornal Universitário ‘A Cabra’ e a Rádio Universidade de Coimbra juntaram-se para realizar uma sondagem entre os estudantes. Para além de averiguar os resultados do ato eleitoral, o estudo propõe-se a ir mais além, procurando saber qual a opinião dos estudantes acerca de vários dos assuntos que dominam a agenda da Associação Académica de Coimbra.

A saída do Encontro Nacional das Direções Associativas (ENDA) tem marcado a agenda da Academia mais antiga do país. Em causa está o modelo de votação vigente, que, segundo João Caseiro, alimenta desigualdades. O presidente da DG/AAC, afirma que “o facto de cada associação de estudantes ter direito a um voto, independentemente da sua dimensão e dos estudantes que representa, é inconcebível”.

Este ano não foi a primeira vez que a Académica se afastou do ENDA. Já o tinha feito em 2015 e desde que regressou, no mesmo ano, deixou de participar nas votações. Em junho de 2022, foi sugerida uma proposta de alteração do regimento interno do ENDA que previa a alteração do modelo de votação, embora tenha sido chumbada ao fim de mais de 18 horas de discussão.

João Caseiro: “Há colegas que acreditam que o atual modelo de voto é mais adequado (…) eu acho que esta é uma visão minoritária dentro dos associados efetivos da AAC”

Apesar da posição tomada pela AAC, João Caseiro admitiu que esta postura não agrada a todos os associados, pelo que assegurou que a proposta de saída do ENDA seria levada a Assembleia Magna. Esta é, no entanto, “uma visão minoritária dentro dos associados efetivos da AAC”, na perspetiva do dirigente associativo.

Proposta de saída do ENDA por parte da AAC até alteração do método de voto aprovada em Magna com 179 votos a favor

No dia 19 de outubro, a discussão e votação sobre a presença da AAC no ENDA foi o ponto da ordem de trabalhos que mais gerou controvérsia em sede de Assembleia Magna. Depois de mais de uma hora de discussão, João Caseiro propôs, em nome da DG/AAC, a saída do fórum até ao método de voto ser alterado. Já Gonçalo Lopes, que agora se apresenta como candidato à DG/AAC, apresentou uma contraproposta que defendia a permanência da AAC no encontro, independentemente do modelo de votação. A proposta da DG/AAC foi aprovada com 179 votos a favor. A contraproposta só reuniu 61 votos.

Apesar de defender saída do ENDA, João Caseiro apenas conta com apoio de 10% dos seus eleitores, segundo sondagem

Apesar de ser um ponto central na sua campanha para a reeleição, os dados da sondagem realizada pela RUC e pelo jornal “A Cabra” mostram que apenas 10% dos inquiridos que pretendem votar no líder da lista S se mostram favoráveis a uma posição de saída do Encontro Nacional de Direções Associativas por parte da AAC.

Dos 288 apoiantes de João Caseiro questionados, 179 (62,2%) acham que a AAC deve permanecer no ENDA, 80 (27,8%) admitem não ter uma opinião formada sobre o assunto, e apenas 29 (10,1%) seguem a linha defendida pelo candidato que apoiam.

Olhando para o conto geral, vemos que a tendência se mantém, com apenas 6% dos associados efetivos que participaram no estudo a quererem a saída da AAC do fórum. Relembre-se que a proposta de saída do ENDA foi aprovada em Magna com 179 votos a favor.

Votantes da lista E coerentes com os valores defendidos pelo candidato que apoiam

Analisando as respostas dadas pelos apoiantes de Gonçalo Lopes, vemos que, neste caso, se mantêm fiéis à posição tomada pelo seu candidato quanto ao tópico ENDA. Dos 54 que manifestaram intenção de voto na lista E, 32 (59,3%) querem que a AAC permaneça no encontro nacional, enquanto que apenas 3 querem ver a sua saída (5,6%). 19 (35,2%) admitiram não ter opinião formada sobre o assunto. Relembre-se que, na Assembleia Magna de 19 de outubro, Gonçalo Lopes apresentou uma contraproposta que defendia a permanência da AAC no encontro, independentemente do modelo de votação.

Ficha Técnica:

Este inquérito foi realizado no dia 10 de novembro, entre as 9 e as 18 horas. 1000 estudantes foram questionados, correspondendo a cerca de 3,5% dos estudantes da Universidade de Coimbra (UC), de forma aleatória, de entre todas as faculdades, sendo que se considera margem de erro de 3% para um intervalo de confiança de 95%. A distribuição das amostras foi feita com base em dados numéricos cedidos pela UC, tendo em conta quantos estudantes tem cada unidade orgânica. A responsabilidade desta sondagem é do Jornal Universitário de Coimbra – A CABRA e do Departamento de Informação da Rádio Universidade de Coimbra.

 

Fotografia: Universidade do Porto