Preservar a qualidade da investigação é a prioridade nos 250 anos da FCTUC
Na sessão de comemoração dos 250 anos da FCTUC, o seu diretor defendeu a relevância da investigação produzida na faculdade. Amílcar Falcão teceu críticas à desagregação de cursos com mestrado integrado, antecipando uma possível diminuição da quantidade e qualidade de alunos a ingressarem na instituição.
Realizou-se no dia 12 de outubro a comemoração dos 250 anos da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC). O evento contou com discursos do Presidente da Assembleia da Faculdade, Carlos Palmeira e do Diretor da FCTUC, Paulo Eduardo Oliveira e com uma intervenção do Reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, para encerrar.
Carlos Palmeira deu destaque à importância de se continuar a garantir a informação atualizada, de forma a preparar os estudantes para a formação em ciclos posteriores e para responder às necessidades e interesses do mercado de trabalho. De acordo com o presidente, “a faculdade deve colocar e valorizar conjuntamente o ensinamento a todos os níveis e a investigação no topo das suas preocupações”.
Paulo Oliveira focou a primeira parte do seu discurso na história da faculdade. Para o diretor, foram José Dias Umberto e Carlos Sá Furtado os responsáveis pela faculdade como a conhecemos hoje. Relembrou ainda o principal motivo para a construção do Polo II, o maior polo da instituição.
O diretor guardou ainda espaço para discutir a oferta formativa da faculdade, comparando dados entre o ano letivo 2016/2017 e 2020/2021. Os dados revelam que o número de estudantes de licenciatura na FCTUC aumentou apenas de 14% ( contra 19% a nível nacional), sendo atualmente pouco mais de 8000 o número total de alunos. No entanto, o número de estudantes de doutoramento cresceu mais de 55%, o que, na perspetiva de Paulo Oliveira, reflete a existência de uma investigação de qualidade.
O diretor referiu ainda a forte multidisciplinaridade oferecida pela faculdade, destacando a sua diversidade interna: para o diretor, a FCTUC reúne docentes especializados em áreas que diferem entre si, mas que, simultaneamente, se complementam, o que permite olhar para um problema sobre vários ângulos. De forma a fomentar esta complementaridade, o orador assume que as relações interdepartamentais devem ser ainda “otimizadas”.
Já no final da cerimónia, o reitor Amílcar Falcão teceu críticas à extinção dos mestrados integrados na faculdade. Segundo o reitor, esta separação dos ciclos de ensino terá um impacto no número de estudantes a quererem frequentar a Universidade de Coimbra, nomeadamente nos cursos de engenharia. Para Amílcar Falcão, a quantidade de alunos “menos bons” vai se intensificar.
A sessão comemorativa contou igualmente com uma conferência de Dércio Ruivo Martins sobre “A reforma Pombalina e a Ciência no Brasil até a Independência e uma reflexão da cientista Ana Paula Piedade sobre a “Multidisciplinaridade no futuro das Engenharias”.