Investigadora aponta que “é preciso chamar para o centro noticioso os especialistas”
Felisbela Lopes considera que os especialistas deviam ter mais visibilidade mediática e que, para isso, é necessário dotá-los de capacidades de comunicação.
Na quarta-feira passada, no âmbito do programa de abertura do ano letivo 2022/2023, a Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC) promoveu uma conferência sobre “O papel dos especialistas no espaço público (mediático)”, proferida por Felisbela Lopes, professora da Universidade do Minho.
Segundo a professora da Universidade do Minho, atualmente, o panorama jornalístico é composto sobretudo por fontes oficiais. Neste sentido, a investigadora frisou a importância de os órgãos de comunicação social chamarem os especialistas para o “centro noticioso”, tal como fizeram em tempos pandémicos, quando as fontes especializadas “ocuparam substancialmente a linha da frente da informação jornalística e com isso contribuíram para ajudar os cidadãos a encontrar algumas âncoras de orientação”.
Por outro lado, Felisbela Lopes aponta que os investigadores também devem ser mais proativos na divulgação do seu trabalho. Na perspetiva da professora da Universidade do Minho, os investigadores de instituições de ensino públicas, em especial, têm a obrigação de partilhar o seu trabalho com a sociedade.
Porém, Felisbela Lopes admite que as universidades não investem em dotar os investigadores de capacidades de comunicação. Na opinião da investigadora, é preciso reforçar os gabinetes de comunicação dos centros de investigação das universidades. “Um investigador não tem a obrigação de conhecer técnicas de comunicação, mas pode ser treinado para isso”, afirma.
“Fornecer informação de qualidade, útil e integradora na vida coletiva foi sempre um propósito estrutural do jornalismo e nesse jornalismo os especialistas deverão ter sempre um lugar de destaque”, conclui Felisbela Lopes.
Até ao dia 14 de outubro, a FEUC assinala a abertura do novo ano letivo com conferências e outras iniciativas dedicadas à comunidade estudantil e ao público geral.
Fotografia: Redes sociais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.