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Estudo prévio para Novo Centro de Arte Contemporânea reúne “consenso unânime” da vereação da Câmara de Coimbra

O projeto de arquitetura partiu de trabalhos apresentados por alunos da Universidade de Coimbra, coordenados pelo arquiteto João Mendes Ribeiro.

A ideia que deu lugar à proposta para o novo Centro de Arte Contemporânea de Coimbra surgiu em âmbito académico e num seminário de investigação no ano letivo de 2019/2020. Trabalhada à posteriori com a Câmara Municipal de Coimbra (CMC), a ideia deu lugar ao estudo prévio. O documento propõe a requalificação do espaço que vai desde o edifício da Polícia de Segurança Pública até ao antigo edifício da Manutenção Militar.

De 29 de janeiro a Abril deste ano, a Sala da Cidade apresentou uma exposição realizada pelo Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra designada “Projetos para o Mosteiro”, com os trabalhos dos alunos. Na altura, de entre os doze projetos apresentados como propostas para o século XXI, mereceu especial atenção o trabalho que propunha a reconstrução da antiga Torre dos Sinos, demolida em 1935. O arquiteto João Mendes Ribeiro, foi desafiado a concretizar o estudo prévio.

A reunião do executivo da CMC, da última segunda-feira, dia 19 de setembro, debateu a proposta que contou com a presença e as explicações do docente do Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra, João Mendes Ribeiro.

Requalificar toda a área a norte do Mosteiro de Santa Cruz dedicando-a à Arte e à Educação é o grande objetivo do estudo prévio.

Foram três os cenário apresentados. No cenário A, preferido pela Divisão de Museologia da CMC, volta a existir um elemento vertical que remete para a antiga torre dos sinos. Também está em desenho, reabilitar o antigo celeiro (edifício da atual PSP) e a antiga enfermaria o que implicaria deslocar a Escola Jaime Cortesão para a antiga Manutenção Militar. A escola passaria a ter uma oferta fortemente artística, à semelhança do que já acontece no Porto com a Soares dos Reis e em Lisboa com a António Arroio.

De acordo com João Mendes Ribeiro, uma rua interior iria permitir percorrer todos os espaços. O docente da UC mencionou não ser obrigatório requalificar e construir tudo duma só vez. O imóvel da Escola Jaime Cortesão apenas seria intervencionado depois de construída a nova escola no espaço da Manutenção Militar.

No atual edifício da Jaime Cortesão, podem nascer futuras salas de exposição do Novo Centro de Arte Contemporânea de Coimbra (CACC). Serão cerca de 3200 metros quadrados, parte deles destinados a residências artísticas. A ser construído o CACC quintuplicaria o espaço destinado à Arte Contemporânea. O centro está provisoriamente instalado no edifício do antigo Banco Pinto & Souto Mayor, situado no Pátio de Almedina. Já esteve previsto para a Manutenção Militar mas concluiu-se que o espaço expositivo seria pequeno. Com base nos valores de 2020, o investimento total previsto para concretizar o projeto rondaria os 18 milhões de euros.

A vereadora eleita pelo Partido Socialista, Carina Gomes, afirmou estar agradada com o proposto. No entanto, deixou algumas recomendações. Uma delas prende-se com a necessidade de ampla discussão pública do projeto, uma outra, assegurar que a coleção de Arte Contemporânea do antigo BPN e concessionada pelo Estado permaneça em Coimbra.

Coimbra “merece um projeto com esta ambição e esta dimensão”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva. O autarca informou não ter ainda falado como o Governo mas que não coloca a hipótese de Coimbra perder a coleção do ex-BPN. Acrescentou ter informado das intenções da Câmara a PSP, a Diretora do Agrupamento de que faz parte a Escola Jaime Cortesão e a Diretora Regional da Educação. Embora não haja compromissos, adiantou que “todos veem o projeto “com entusiasmo”.

Segundo o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, o empreendimento pode demorar três mandatos autárquicos. Com todas as forças políticas concertadas, no entender do autarca, vai ser possível “levar a bom porto” o projeto, tal como aconteceu com o Convento São Francisco

Francisco Queirós, eleito pela CDU considerou a ideia “muito interessante” e o projeto “feliz”, uma vez que “pega na história, pega numa zona central da cidade e reabilita-a, acrescentando que lhe dá “uma leitura contemporânea não deitando nada fora daquilo que é o passado”.

A Câmara de Coimbra pensa candidatar o projeto a fundos europeus do PT2030.

Fotografias: um dos projetos apresentados na exposição “Projetos para o Mosteiro” e um dos desenhos do arquiteto João Mendes Ribeiro

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