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24.08.2022POR Isabel Simões

Câmara de Coimbra não vai impedir abate dos plátanos da Avenida Emídio Navarro

Manter os cinco plátanos da Avenida Emídio Navarro e alterar o canal do MetroBus mostra-se uma solução incomportável do ponto de financeiro e até do ponto de vista técnico para a vereadora da Mobilidade e Urbanismo da Câmara Municipal de Coimbra, Ana Bastos.

O assunto voltou a ser apresentado no período de antes da ordem do dia na reunião do executivo camarário, na última segunda-feira, dia 22 de agosto.  A dificuldade em avançar com uma solução alternativa ao corte das árvores prende-se com duas questões base: perda de financiamento europeu e questões técnicas. Ana Bastos aponta o que viria a acontecer se  a obra fosse parada.

De acordo com a vereadora, a existirem mais atrasos na execução das empreitadas em curso ficaria em causa o financiamento da União Europeia que ronda os 85 por cento do custo total. Segundo a vereadora, eleita pela coligação “Juntos Somos Coimbra”, se tal acontecesse o Governo da República não teria condições para assumir os custos e “toda a obra ficaria em causa”. Ainda assim, Ana Bastos acrescentou razões técnicas que impossibilitam o contorno das árvores pelo MetroBus.

Na reunião do executivo da última segunda feira a especialista em mobilidade voltou a reafirmar o que divulgou em comunicado.  “Todas as alterações não poderiam interferir com o traçado do canal do MetroBus”, de forma a impedir atrasos. Uma vez que o cronograma de execução “tem componentes na linha vermelha” no que ao tempo diz respeito para execução do financiamento.

Na zona da Ínsua dos Bentos vai também ser criado um cais do MetroBus e em paralelo tem de ser mantida a circulação rodoviária na Rua do Brasil. A responsável deixa uma pergunta.

A vereadora lembra o que aconteceu quando se pretendeu construir uma nova ponte sobre o Mondego e de um viaduto sobre a Mata do Choupal, em Coimbra.

De acordo com a Agência Lusa, numa notícia editada pela RTP em janeiro de 2009, a construção do viaduto e de uma nova ponte sobre o Mondego “foi confirmada pela Declaração de Impacto Ambiental (DIA) do projeto de construção dos troços do IP3, IC2 e IC3 na zona. A obra “foi contestada por ambientalistas e dirigentes políticos locais mas a DIA tornada pública deu um parecer positivo ao projeto, embora com algumas restrições”.

Ana Bastos realçou que a obra do MetroBus é “uma obra irrepreensível” e que não tem nada “por onde apontar”.

Para Francisco Queirós, vereador eleito pela CDU, “o que vai acontecer acontecerá noutros locais”. O vereador lembrou que a CDU foi sempre pela solução ferroviária e não pelo MetroBus. “Houve um tempo para os estudos ambientais”, disse. Na opinião do vereador depois de “tantos estudos teria havido um tempo para acautelar outra solução” e evitar “alguns dos prejuízos”.

Em março de 2022 o jornal Público noticiava que a Metro Mondego, a empresa responsável pelo MetroBus, se comprometia a plantar três árvores por cada uma que fosse necessário abater.  O jornalista Camilo Soldado adiantava que “as várias empreitadas de instalação do metrobus na cidade prevêem a corte de 663 árvores”.

A próxima reunião de Câmara acontece a 5 de setembro em Brasfemes.

Fotografia: CMC

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