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Joan Busquets volta a pegar em projeto para Coimbra-B

Plano de Urbanização da Entrada Poente e Nova Estação Central de Coimbra vai ser revisto após ter sido apresentado em 2010. Construção de nova estação intermodal leva a que requalificação do “Apeadeiro Velho” seja descartada.

Foi a 7 maio de 2010 que o Plano de Urbanização da Entrada Poente e Nova Estação Central de Coimbra, do catalão Joan Busquets, foi apresentado à população. No entanto, o abandono dos projetos do Metro Mondego e do TGV acabaram por deixar de lado a proposta que, com o passar dos anos, acabou por ficar desatualizada.

12 anos depois, a Infraestruturas de Portugal (IP) e a B.Landscap Arquitectura y Urbanismo SL (BAU), liderada pelo autor do plano original, chegaram a acordo para rever o plano de urbanização da estação de Coimbra-B, que estará integrado no novo projeto de Governo para a alta velocidade e cujas obras devem decorrer entre 2026 e 2028. Segundo o Portal BASE, o contrato por ajuste direto, assinado no passado dia 29 de julho, envolve um montante de 262 000 € e dá pouco mais de sete meses (224 dias) para que Busquets adapte o projeto à realidade atual da Alta Velocidade e da cidade de Coimbra.

Para saber mais sobre os desenvolvimentos recentes, a Rádio Universidade de Coimbra tentou contactar a Infraestruturas de Portugal que, em resposta escrita, explicou o porquê de o projeto ter sido resgatado.

“Bitola ibérica em detrimento da bitola europeia”: Coimbra- B como ponto de encontro entre rede ferroviária nacional e rede de alta velocidade

Segundo a IP, a decisão de prosseguir com os planos para a alta velocidade levou a que fossem revistos os estudos anteriormente realizados. Na sequência deste processo, a bitola ibérica acabou por fazer cair a bitola europeia (anteriormente considerada), uma vez que esta segunda “confere uma interoperabilidade total entre a rede ferroviária nacional e a futura rede de alta velocidade ao permitir ligações das duas redes em diversos pontos do país” – “um desses pontos de ligação é precisamente a estação de Coimbra B”.

A Infraestruturas de Portugal acrescenta que “os novos estudos conduziram a uma otimização da chegada da linha de alta velocidade ferroviária a Coimbra, viabilizando a implantação da futura estação intermodal de Coimbra”. No novo planeamento da alta velocidade, Coimbra-B integra o troço Porto – Soure (Coimbra) (anteriormente integrava o troço Soure – Mealhada).

Afinal, Estação não muda de lugar – localização diferente do projeto original exige “novo instrumento de gestão territorial que garanta a adequada integração da estação AV e sua zona envolvente na cidade de Coimbra

Ao contrário do previsto no projeto de 2010, que colocava a nova estação intermodal a norte da atual Coimbra-B, situando-a na zona do Loreto, a ideia agora passa por manter o edificado no mesmo local onde a “Estação Velha” se encontra. Com esta alteração, a IP realça que é preciso dotar “esta parte da cidade de um polo multimodal de transportes e de infraestruturas propícias ao seu desenvolvimento urbano e paisagístico” para que se crie aqui uma nova centralidade.

A ideia apresentada pelo arquiteto natural da Catalunha durante o mandato do antigo presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC) Carlos Encarnação abrangia uma área total de 107 hectares, sendo que a estação seria construída num edifício em ponte. À época, o autor afirmava que “não há nenhuma outra estação na Europa que tenha esta singularidade”.

Cai por terra a requalificação de Coimbra-B. José Manuel Silva mostra-se satisfeito.

Com esta aposta, o projeto de requalificação da Estação Coimbra-B, solução encontrada em 2017 pelo ministro Pedro Nuno Santos e aprovada em 2020 pela CMC, não se deve concretizar. Em resposta ao Jornal Público, a CMC explica que agora será possível “construir uma estação de raiz e não apenas renovar a existente”, algo que já tinha sido defendido pelo Movimento Somos Coimbra em 2020 e que cabia no programa eleitoral da coligação pela qual José Manuel Silva foi eleito.

Segundo a Agência Lusa, o atual executivo da CMC, representado pela vereadora Ana Bastos e pelo presidente José Manuel Silva, já tinha reunido com o arquiteto e com a IP “com o intuito de adaptar este plano às novas dinâmicas da cidade”.

 

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