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Rapó-Táxo e Fantasmas temem ser despejados e pedem ajuda à Câmara para comprar o imóvel que partilham

Em reunião com a vereadora Ana Bastos, as duas repúblicas pediram apoio financeiro à autarquia para adquirirem o imóvel em que funcionam e evitarem uma ação de despejo. O assunto vai ser discutido numa próxima reunião com José Manuel Silva.

Manuel Marques, representante da República dos Fantasmas na reunião com a vereadora Ana Bastos, que aconteceu no dia 28 de julho, contou à RUC que a necessidade de adquirir o imóvel surgiu com o Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU), que entrou em vigor em 2012 e permitiu, desde logo, que as rendas antigas fossem atualizadas. O estudante diz que, desde então, os repúblicos das duas casas pagam rendas “altíssimas”.

Além disso, com a implementação do NRAU, o contrato de arrendamento “de longo prazo” que a Rapó-Taxo e os Fantasmas partilhavam passou a ter uma duração de cinco anos. Passados os primeiros cinco anos, as duas casas foram reconhecidas como entidades de interesse histórico e cultural pelo município, em 2018, e o senhorio foi obrigado a renovar o contrato por mais cinco anos. Contudo, o contrato vai, mais uma vez, cessar, em 2023, e os repúblicos receiam que o senhorio prossiga com uma ação de despejo, como explica Soraia Freitas, que também esteve reunida com Ana Bastos, em nome da Real República Rapó-Táxo.

Neste sentido, os Fantasmas e a Rapó-Táxo esperam que a autarquia avance com um apoio monetário de 10% do valor total do imóvel. Soraia Freitas e Manuel Marques revelam que, em reunião com a vereadora Ana Bastos, foi-lhes dito que o assunto deve ser discutido com José Manuel Silva, numa futura reunião, a marcar pela Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC), que está a mediar a comunicação entre a Câmara e as repúblicas.

As duas repúblicas também esperam receber ajuda de outras instituições, para além da Câmara. De acordo com Soraia Freitas, há um despacho da Universidade de Coimbra (UC) que prevê um apoio financeiro de 10% na aquisição de imóveis que albergam repúblicas. As duas casas já estão a tentar marcar uma reunião com o reitor para solicitar o apoio.

Desde a entrada em vigor do NRAU, são muitas as repúblicas que, tal como os Fantasmas e a Rapó-Táxo, lutam por ser proprietárias dos imóveis em que funcionam, como notam Manuel Marques e Soraia Freitas. É o caso da República do Kuarenta, que está a organizar uma campanha de angariação de fundos para o efeito.

 

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