Presidente do IPC acredita que a instituição pode tornar-se numa universidade “a muito curto prazo”
O presidente do Politécnico quer transformar a instituição numa universidade politécnica e fixar investigadores. Já a presidente do Conselho Geral aponta para a necessidade de internacionalizar a investigação e de atualizar os métodos de ensino.
Na passada sexta-feira, realizou-se no Pavilhão Centro de Portugal o “Dia do Politécnico de Coimbra”, para assinalar os 43 anos da instituição. Na sessão de abertura, que teve início às 15h30, o presidente do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC), Jorge Conde, deixou claro que espera vir a comemorar, “a muito curto prazo”, o “Dia da Universidade Politécnica de Coimbra”. O dirigente diz abraçar “com grande convicção” a iniciativa legislativa de cidadãos que foi aprovada na Assembleia da República, no dia 24 de junho, e que defende a possibilidade de institutos politécnicos adotarem a designação de universidade politécnica e passarem a oferecer doutoramentos.
Em 2018, o Governo aprovou um decreto-lei que concedia a todas as instituições de ensino superior o direito de atribuírem doutoramentos, mas na Lei de Bases do Sistema Educativo ainda consta a restrição desta possibilidade. Ainda assim, Jorge Conde não tem dúvidas que, com a recente aprovação do projeto lei de cidadãos no parlamento, a situação vai ter um desfecho “célere” e “positivo”, tanto para o ensino superior português, como para os institutos politécnicos. O presidente do IPC afirma que tem ouvido “opiniões positivas” de “gente de grande prestígio” sobre o processo.
Durante a intervenção, Jorge Conde ainda refletiu sobre a dispersão de investigadores do IPC por outras instituições. O presidente do Politécnico considera que é urgente fixar a investigação em centros que estejam sob a alçada da instituição.
A presidente do Conselho Geral do IPC, Maria Manuel Leitão Marques, também participou na sessão de abertura da cerimónia e debruçou-se, tal como Jorge Conde, sobre o capítulo da investigação. Para a eurodeputada, o foco deve voltar-se para a qualidade e para a internacionalização dos centros de investigação. A par com a atualização dos métodos de ensino do corpo docente, esta deve ser uma das prioridades do IPC no próximo ano letivo, na opinião de Maria Manuel Marques.
A vereadora Ana Bastos e a representante das associações de estudantes do Politécnico, Maria Alice Monteiro, também tiveram oportunidade de intervir na sessão de abertura. Ana Bastos notou a contribuição do IPC “para a valorização do ensino superior em Portugal, mas também para projeção da cidade de Coimbra, enquanto polo sustentável do saber e do conhecimento”. Maria Alice Monteiro, por sua vez, fez um apelo aos estudantes, dirigentes, docentes e outros trabalhadores do Politécnico: “manter viva a aspiração de continuar a caminhar para a prosperidade e para a excelência”.
A cerimónia seguiu com uma conferência proferida pelo chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, António Silva Ribeiro, com o título “Liderar e Gerir em tempo de crise: Lições apreendidas no Comando das Forças Armadas”. Depois, houve um momento de homenagem a funcionários do IPC com mais de 35 anos de carreira e aposentados e ainda de atribuição de bolsas de mérito aos diplomados com as médias de conclusão de licenciatura mais altas nos últimos três anos letivos.