Manuel Pires da Rocha: “Um dos maiores crimes que tem vindo a acontecer contra o regime democrático é a redução dos acessos aos serviços de saúde”
O deputado da Assembleia Municipal comentou alguns temas atuais no âmbito do ensino superior, da inflação, do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e da candidatura de adesão da Ucrânia à União Europeia.
O espaço de comentário do Observatório do dia 23 de junho contou com a presença de Manuel Pires da Rocha, deputado da Assembleia Municipal de Coimbra pela CDU.
“O estudante não está defendido para ser autónomo em Portugal”
A inflação tem vindo a causar problemas no quotidiano dos portugueses, mas também na vida dos estudantes universitários que ainda são vistos como um custo para o país e não como um investimento. Portugal, segundo o deputado, não aproveita estes recursos do país, que poderiam ser uma mais valia para o seu desenvolvimento.
Para Manuel Rocha, o aumento exponencial dos preços dos combustíveis não se justifica, por já terem sido comprados há muito tempo.
“O que pretenderam foi secar o SNS daquilo que são os meios que eles têm para poder funcionar.”
Manuel Pires da Rocha considera que uma das medidas estruturais que devia ser adotada seria o fim das fusões hospitalares, que na sua opinião, não têm sido solução.
Para além disso, segundo o deputado, não há carreiras médicas que garantam, nem a estabilidade no emprego, nem uma progressão salarial compatível com as tarefas médicas. A falta de profissionais de saúde faz com que o foco esteja apenas nos doentes mais urgentes, negligenciando os casos menos graves.
Ainda, as urgências em Coimbra estão, na sua perspetiva, completamente desagregadas daquilo que é a estrutura hospitalar. Muitas vezes realizadas por médicos tarefeiros, pagos à hora, as consultas de urgência acabam por não contribuir nem para a sua formação profissional, nem para um atendimento e acompanhamento mais profundo aos utentes.
“A adesão da Ucrânia à União Europeia não significa rigorosamente nada, nem para eles nem para ninguém”.
Manuel Pires da Rocha considera que a Ucrânia é um país que corre um risco real de desaparecer. No seu ponto de vista, devia-se ter seguido a via diplomática, logo no início da guerra, adotando políticas de paz para a resolução do conflito. Os líderes europeus deviam ter-se reunido com o governo liderado por Putin de modo a encontrar uma solução para as reivindicações russas e resolver o conflito pela via negocial.
Para o deputado, o rearmamento permanente da Ucrânia “vai explodir nas mãos dos Ucranianos”. Sublinha ainda que a adesão à União Europeia não vai ajudar a Ucrânia: “Tudo isto é uma medida de propaganda que não resolve os problemas do povo Ucraniano”.
A entrevista na íntegra pode ser ouvida através do link que se encontra no topo do artigo.