José Augusto Ferreira da Silva: “Eu acompanho recalendarizações há 30 anos [sobre o Metro Mondego]”
Os desafios laborais originados pelas plataformas eletrónicas de transportes, o trabalho precário a recibos verdes e as alternativas ao transporte individual em Coimbra foram alguns dos temas em análise na entrevista a José Augusto Ferreira da Silva. O espaço de comentário do Observatório de terça-feira, dia 7 de junho, ficou a cargo de José Silva, advogado e ex-vereador da Câmara Municipal de Coimbra.
José Silva abordou os desafios laborais que as plataformas eletrónicas de transporte levantam. Para o antigo vereador, estas plataformas são “uma moda do liberalismo que cria a expetativa que as pessoas, tendo o seu próprio emprego, vão ser ricas”. Considera, ainda, que quem trabalha para estas plataformas acaba, muitas vezes, por não ter rendimentos, mas sim despesas. Refere que “tem de haver uma maior proteção nos acidentes e nas doenças” que apenas a formalização de contratos com direitos garante.
“Vamos ver se se começa a tomar medidas efetivas que garanta direitos mínimos e que não deixe esta gente completamente desprotegida.”
A precariedade laboral foi o tema em destaque. José Silva saúda as mudanças na lei dos recibos verdes, referindo que com elas, houve vários trabalhadores a serem integrados nos quadros do Estado. No entanto, refere que as entidades que têm o papel de fiscalizar os contratos de trabalho, precisam de ter os meios humanos necessários para o fazer de forma eficaz. Salienta, também, que devem ser feitos balanços periódicos do desempenho destas instituições.
“É preciso saber quantas pessoas foram contratadas mesmo. E quantas havia no país.”
Quanto às alternativas ao transporte individual em Coimbra, José Silva destacou os problemas que o projeto do metro em Coimbra tem enfrentado. Para o ex-vereador, as constantes indecisões na tipologia de transporte a adotar e os atrasos nas obras, levam-no a não ter grande fé que num futuro próximo o metro de Coimbra venha a ser uma realidade.
“Eu sempre tive muita esperança. Mas há coisas que coisas que sou cético, sobretudo se me obrigam a esperar 30 anos.”
A entrevista na íntegra pode ser ouvida através do link que se encontra no topo do artigo.