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03.06.2022POR Gonçalo Pina

Miguel Ribeiro: “A motivação prioritária é salvar a Académica”

O projeto da Lista C, Académica com Futuro, que se candidata à direção da Associação Académica de Coimbra / Organismo Autónomo de Futebol, esteve sob escrutínio na entrevista ao cabeça-de-lista Miguel Ribeiro.

No âmbito das eleições para os órgãos sociais da Associação Académica de Coimbra / Organismo Autónomo de Futebol (AAC/OAF), a Rádio Universidade de Coimbra entrevistou os dois cabeças-de-lista à direção do clube. Miguel Ribeiro, da Lista C – Académica com Futuro, esteve presente nos estúdios da RUC na passada quarta-feira.

“Não é uma lista feita em cima do joelho”

Face à ausência de candidatura apresentadas até ao primeiro prazo estipulado pela Comissão Eleitoral, dia 30 de abril, Miguel Ribeiro considera que “não podia ficar de braços cruzados” e avançou com um projeto que pretende levantar o clube. De seguida, Miguel Ribeiro explicou as razões pelas quais não se candidatou na data inicial. O jurista e antigo jogador do clube admitiu que esperou que outras pessoas se chegassem à frente (uma “lista de consenso” era algo apontado, segundo afirma). Perante a inexistência da tal lista de consenso, Miguel Ribeiro frisou que as ideias espelhadas no seu programa eleitoral já estavam a ser discutidas e que, por isso, a Lista C não foi “feita em cima do joelho”.

“Eu não sou influenciado, tomo as decisões em equipa e é a equipa que estou a liderar que vai decidir os destinos da Académica”

O candidato à presidência da Académica deu um grande destaque às pessoas que o acompanham, “pessoas credíveis” que querem contribuir para o futuro do clube. Entre elas, Fernando Barata Alves, candidato à presidência da Mesa da Assembleia Geral, “um grande academista que correu o mundo” e que pertence ainda aos quadros da petrolífera Partex, António Preto, candidato a presidente do Conselho Fiscal, médico psiquiatra que foi dirigente da Académica “num período em que nem sequer havia dinheiro para comprar ligaduras para os jogadores”, ou Luís Neves, candidato ao Conselho Académico “alto quadro de uma empresa conhecidíssima em Portugal” e ex-dirigente do clube, entre outros.

Questionado sobre uma eventual proximidade a José Eduardo Simões, antigo presidente da AAC/OAF, com quem já trabalhou e cujo projeto de candidatura à direção já integrou (na altura enquanto suplente da Mesa da Assembleia Geral), Miguel Ribeiro começou por afirmar que tem muito  orgulho do seu passado ao serviço do clube (tanto dentro como fora das quatro linhas). O candidato sublinhou, no entanto,  a independência da sua lista face ao antigo presidente. Nesse sentido, Miguel Ribeiro reforçou que quem decide aquilo que a sua lista faz, é ele próprio e os seus membros.

“A nossa SAD é uma SAD dos sócios, uma SAD de Coimbra, uma SAD da região, uma SAD do país, uma SAD internacional” 

Quanto ao projeto de Sociedade Anónima Desportiva, que, apesar de não ser contemplado no programa eleitoral da Lista C, é uma das prioridades de Miguel Ribeiro (tanto que, como realça, foi amplamente discutido na apresentação da sua candidatura), o candidato continua a preferir não divulgar os parceiros com quem já tem contactado. O candidato acusa ainda Pedro Roxo de falta de “cuidado” e “responsabilidade” ao, através de compromissos pré-contratuais, já ter vinculado o nome da Académica à Atlhon Family Office.

Dois diretores: um diretor para o futebol profissional e um subdiretor para o futebol de formação.

Na parte desportiva, Miguel Ribeiro afirma que é preciso potenciar a formação. O candidato recordou o passado e destacou o papel de Vítor Manuel nos anos 80 no lançamento de vários jogadores provenientes da cantera academista. Na perspetiva do líder da Lista C, aposta na formação deve ser na acompanhada pelo recrutamento de “jogadores ambiciosos no Campeonato de Portugal”, sendo o Vizela um exemplo, na opinião de Miguel Ribeiro.

Para fomentar uma aposta mais forte na formação Miguel Ribeiro quer apostar num modelo bipartido, com dois diretores para o futebol: um diretor para o futebol profissional e um subdiretor focado no futebol de formação. A existência entre estes dois diretores tem como intuito criar um plano transversal entre futebol profissional e de formação, de forma a potencial os jogadores provenientes da Academia do Bolão. “Temos de seguir os melhores exemplos”, remata Miguel Ribeiro.

Pode ouvir a entrevista na integra na secção de podcasts ou no Spotify.

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