Órgãos de Comunicação da AAC com foco na Academia e no lado mais humano da Queima das Fitas

O segundo dia da Queima das Fitas 2022 pode parecer uma escolha prematura para fazer balanços, mas para os órgãos de comunicação da Associação Académica de Coimbra que cobrem a festa, o cansaço já é evidente. Pelo estúdio-contentor da RUC passaram a Secção de Fotografia, a Secção de Jornalismo e a tvAAC, para partilharem um pouco do seu trabalho, dificuldades e perspectiva sobre a QF’22.

O balanço é na generalidade positivo, como deixou patente Paulo Abrantes, sócio-fundador da Secção de Fotografia, uma opinião partilhada pelos seus congéneres do jornalismo e da televisão da Académica.

Para os membros da Secção de Fotografia, a Queima das Fitas apresenta uma oportunidade única de cobrir uma densidade de eventos musicais num espaço próximo e “da casa”. Paulo Abrantes confessa que há locais “favorecidos” dentro da Praça da Canção pela qualidade para a captura fotográfica, mas que a secção procura revelar nas suas fotos todos os recantos do evento.

A cobertura dos grupos académicos é outro dos pilares dos órgãos “da casa”, que em semelhança a anos anteriores procuram dar destaque às atuações habitualmente relegadas para o final das noites do parque, com audiência reduzida. Pedro Domingues, presidente da tvAAC, realçou a importância desta divulgação junto da comunidade estudantil para angariar mais seccionistas, uma responsabilidade que recai a todos enquanto secções da casa.

A oportunidade não é só “para fora”, com os próprios órgãos de comunicação a procurar usar a sua presença nos contentores da imprensa para avançar os seus objetivos de auto-promoção e não só. Joana Carvalho, da Secção de Jornalismo, vai mais além nas oportunidades de formação e de motivação que a Queima das Fitas oferece aos membros mais “verdes” destas secções.

Para a editora d’A Cabra, a Queima das Fitas é também uma oportunidade de dar destaque a outras vertentes do evento. Em vez de procurar dizer apenas o “quê, quando, onde” da festa dos estudantes, o jornal da AAC oferece-se alguma liberdade criativa, procurando também relatar o que se passa no recinto para além da música.

Um sentimento que é ecoado na Secção de Fotografia, com Paulo Abrantes a contrapor a vertente humana da Queima das Fitas à mais badalada vertente musical. Uma perspectiva que os seccionistas fotógrafos procuram capturar ao apontar as suas lentes aos espaços das secções e da academia, onde estas ligações são mais evidentes.

Apesar do balanço positivo, também há falhas a apontar. As dificuldades logísticas e de organização repetem-se entre edições da Queima das Fitas, algo que afeta todos os órgãos de comunicação e é do conhecimento da Comissão Organizadora da Queima das Fitas. Como Paulo Abrantes afirma, são problemas recorrentes – entre espaços, telecomunicações, dificuldades de credenciação – a que a COQF está atenta mas nunca são totalmente mitigados.

No meio destas dificuldades, o trabalho das secções continua, onde por vezes acabam por ser problemas internos a ditar a capacidade de cobrir com melhor ou pior qualidade a semana da Queima das Fitas. A falta de pessoal disponível é um destes fatores para a Secção de Jornalismo, nas palavras da editora d’A Cabra.

No caso específico da tvAAC, há uma situação que, no entender de Pedro Domingues, poderia ter sido evitada: a presença da RTP na transmissão da Serenata. O presidente da tvAAC entende à partida a vantagem da transmissão do evento numa emissora nacional, mas que havendo uma televisão da Académica, poderia ter sido melhor articulada.

No final da noite, o que acaba por fazer a diferença é o trabalho realizado e o que deste é criado. Para Pedro Domingues, o resultado é positivo, e o trabalho é uma fonte de alegria, olhando com entusiasmo para os próximos dias e noites de Queima das Fitas, num trabalho diário junto dos estudantes que vão até à “arena” da Queima das Fitas.

O trabalho da tvAAC, Secção de Jornalismo, Secção de Fotografia e do departamento de informação da RUC a cobrir a Queima das Fitas continua até à próxima sexta-feira. Podem encontrar as secções nos contentores da imprensa localizados na lateral do palco principal da Praça da Canção.