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Jornadas do GEFAC abraçam Cultura Popular e recriam tradição

A última conversa da edição XVIII das Jornadas de Cultura Popular, uma iniciativa do Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra (GEFAC) intitulada “Ritos e Gentes” teve como convidados Paula Godinho, Antônio Nóbrega e João Leal.

O evento levou à mesa do Liquidâmbar, ontem, dia 6 de maio, uma conversa guiada em primeiro lugar por Paula Godinho. A antropóloga focou-se nas festas galegas carnavalescas, isto é, o ‘antroido’ ou ‘entroido’ que corresponde aos dias anteriores à Quaresma.

Ao longo de séculos a Galiza, assim como muitas localidades em Portugal, têm sofrido forte emigração, como tão bem retratou nos seus poemas a escritora galega, Rosalía de Castro. Na atualidade, no Entrudo, jovens percorrem os lugares após o inverno e criam comunidade.

A pesquisa da antropóloga garante que apesar das mudanças nos tempos atuais, pela construção de uma nova sociedade, as festas e as tradições populares afirmam-se cada vez mais nas gerações mais novas.

“A Falta que a Festa Faz” foi o mote com que João Leal interveio nesta conversa ao referir que os emigrantes durante as Festas do Espírito Santo são “quem faz a festa” e “quem controla” as mesmas, nos lugares para onde vão refazer vida mas também nos Açores, como acontecia nos anos 60, 70 e 80 do século passado na Ilha de Santa Maria, objeto de estudo do antropólogo.

Antônio Nóbrega, violinista brasileiro trabalhou com Ariano Suassuna e fundou o Instituto Brincante com Rosane Almeida, em 1992, em São Paulo. A instituição dedica-se a “unir o processo artístico ao pedagógico em torno da cultura popular brasileira”. Em 2018, Antônio Nóbrega inaugurou em Coimbra, na Cena Lusófona a Sala Brincante.

O músico pernambucano desmistificou a forma como a cultura popular brasileira é ainda vista. Ofereceu-nos a visão de que o imaginário popular e os espetáculos estão interligados e abordou o significado da palavra folclore.

O GEFAC organiza estas jornadas de dois em dois anos, desde 1979, com o objetivo de abraçar a tradição popular que se enraíza na sociedade através de festas e romarias, rituais de cariz social e religioso, sendo que estas ocasiões manifestam, durante o tempo, a ligação forte que existe entre a comunidade, a identidade e a singularidade das diferentes povoações.

No regresso das jornadas em 2022, depois de dois anos de pandemia as XVIII jornadas abraçaram as “Festas, Ritos e Gentes” como tema. Pode ouvir a conversa que a RUC teve com Paula Godinho e João Leal no ‘podcast’ acima.

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