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CITAC usa megafone para “pedir a palavra” em protesto contra DG/AAC

Organismo Autónomo critica falta de atenção da Direção-Geral face aos seus problemas e, no rescaldo das declarações do reitor Amílcar Falcão, acusa representantes da AAC de não defenderem os interesses dos estudantes. Daniel Aragão lamenta que o CITAC não tenha dialogado com DG/AAC.

No âmbito das celebrações do 25 de abril, promovidas pela Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC), o Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra (CITAC) deslocou-se até à Praça 8 de maio para fazer uma intervenção na qual deixou duras críticas à entidade que o convidou.

O protesto foi conduzido durante cerca de 10 minutos a partir da voz, projetada por um megafone, dos membros do organismo autónomo. Esta ação, que, segundo o depoimento dos membros do grupo teatral, não foi uma performance nem uma apresentação, mas sim a exposição das indignações de uma parte do corpo estudantil, foi uma forma de o grupo se tentar fazer ouvir, segundo afirma Maria Forjaz, atriz citaquiana.

“O CITAC pede a palavra” foi a expressão que terminou o discurso preparado pelos representantes do teatro. Para contextualizar, Maria Forjaz lembra o pedido da palavra de Alberto Martins, antigo presidente da DG/AAC, e afirma que, se os atuais representantes da Associação Académica não querem tomar uma posição, então o CITAC está disposto a fazê-lo.

Durante um período de tempo que se prolongou além dos habituais 15 minutos académicos, os estudantes esperaram para que chegassem ao local alguns dos membros da Direção-Geral. No entanto, apenas um deles compareceu.

Depois de terminado, apareceram alguns membros da DG/AAC que se dispuseram a esclarecer algumas das questões que os estudantes tinham exposto. Daniel Aragão, presidente interino da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra, refere que a atuação devia ter acontecido para o público da cidade e que, também por ter acontecido após uma série de dias muito atarefados e em vésperas de fim-de-semana, a DG/AAC só se fez representar por um elemento.

O dirigente associativo acrescenta também que, uma vez que o CITAC só avisou da sua disponibilidade a muito pouco tempo da intervenção, a Direção-Geral não foi capaz de providenciar os meios necessários para que este momento acontecesse sem recurso a um megafone.

Em relação às queixas do organismo, que sente não ser ouvido, o presidente Daniel Aragão afirma ter pena de que, tendo-se sempre mostrado disponível a colaborar com os organismos da casa, estes não o procurem.

Passividade da Direção-Geral na abordagem às declarações de Amílcar Falcão foi um dos pontos destacados pelo Organismo Autónomo

Um dos temas abordados na intervenção do CITAC foi a insuficiência do comunicado emitido num primeiro momento por parte da Direção-Geral em relação às declarações do reitor Amílcar Falcão.

Em resposta, Daniel Aragão considera que, com a aprovação do comunicado em Assembleia Magna, os estudantes se fizeram ouvir.

CITAC acusa DG/AAC de priorizar “interesses económicos” em detrimento da cultura da casa

A partilha e falta de espaços no edifício da AAC tem também revoltado bastante os membros do CITAC, uma vez que, como é dito por uma das porta-voz, “um dos pisos da AAC está a ser explorado comercialmente e há falta de espaços para alguns organismos.”

Segundo diz Lorena Melo, outra citaquiana presente na Praça 8 de Maio, é algo recorrente que a DG/AAC tente retirar a sala ao CITAC (algo que lembra ainda não ter acontecido com a atual administração).

Daniel Aragão afirma não compreender a queixa dos organismos quando estes sofrem com o mesmo subfinanciamento que a DG/AAC. Nesse sentido, o presidente aponta que a acusação é “injusta”.

Falta de condições dos espaços atuais e “desprezo” por parte das várias instituições foram outras das questões levantadas

Um dos problemas destacados pelos membros do CITAC foi o da falta de luz no corredor em que trabalha, impedindo que o organismo faça a apresentação do seu espetáculo. Maria Forjaz volta a repetir que, se o mesmo se passasse na sala da DG/AAC ou de uma das secções da AAC, a conversa era diferente.

A desvalorização é sentida, segundo as porta-voz Maria Cunha e Maria Forjaz, não só por parte da Direção-Geral, como também da própria Universidade de Coimbra e, sobretudo, do Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), que não disponibiliza locais para os alunos exercerem o seu trabalho.

Do lado da Direção-Geral, o presidente explicou a questão da falta de luz resulta de uma falha de comunicação com o eletricista que havia sido destacado para corrigir o problema, uma vez que este deu a indicação de que já estava tudo bem.

As obras no edifício, cujo arranque estava previsto para este dia 2 de maio, voltam agora a ser adiadas. De acordo com Daniel Aragão, a intervenção não deve ficar em suspenso durante muito tempo, uma vez que a DG/AAC apenas aguarda uma licença da Câmara Municipal de Coimbra (CMC).

A necessidade de aproximação ao TAGV foi também um dos pontos tocados pelo presidente, que explica que apenas o falecimento do antigo presidente Cesário Silva adiou uma reunião que ia ser tida com o teatro. O representante da DG/AAC adiantou ainda que o reitor garantiu a presença de um estudante na programação do Gil Vicente, algo que já considera ser “uma vitória”.

A intervenção do CITAC começou pela 18h da passada sexta-feira, sendo que a discussão com os membros da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra só terminou após as 19h30.

 

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