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26.04.2022POR Inês Santos

A liberdade voltou a sair à rua, desta vez sem restrições

As comemorações dos 48 anos da Revolução dos Cravos juntaram velhos e novos numa manifestação que teve inicio na Praça da República.

Na passada segunda-feira, dia 25 de abril, várias organizações juntaram-se para celebrar a liberdade, em Coimbra. Este dia contou com uma forte frente juvenil que não deixou de sair à rua e empunhar o cravo na mão.

A manifestação terminou no Pátio da Inquisição, local onde decorreram os espetáculos de Miguel Araújo, Tiago Silva e do Grupo de Concertinas da Casconha. O convívio fez regressar o calor do abraço e a folia do passo de dança.

A RUC esteve no local e conversou com três testemunhas do 25 de abril. António Coelho, de 72 anos, pertencente do exército português, defende que, na altura, já tinha chegado à colónia uma suspeita da realização da revolução.

A Policia Política de Defesa do Estado (PIDE), encarregou-se, durante 30 anos, de assegurar os valores tradicionalistas do Estado Novo. António relembrou que aos 16 anos foi detido pela PIDE, por estudar e trabalhar em simultâneo.

Com apenas 26 anos, na altura, Afonso, de agora 72 anos, era um participante recorrente do congresso da oposição democrática. Disse ainda ter distribuído muita propaganda contra o regime.

Estudante, na altura, soube por um amigo que a revolução começara na rádio e decidiu juntar-se ao protesto. Diz ter sido “o inicio de muitas outras lutas”.

Isabel Melo, de 73 anos, defende o 25 de abril como a data mais importante da sua vida. Contudo, diz ter ficado mais impressionada pelos festejos do dia 1 de maio, uma vez que foram muitos os que aderiram à primeira revolta laboral de 1974.

Isabel elucidou-nos ainda do fascismo na educação e como, após o 25 de abril, alguns dos professores foram afastados, sem violência, dos seus postos.

Ao longo da tarde, os manifestantes exigiram melhores condições no local de trabalho, o aumento salarial, melhores condições nas residências universitárias e até o reforço do Serviço Nacional de Saúde.

Nas comemorações juntaram-se seis dezenas de organizações culturais e artísticas, repúblicas, associações e núcleos de estudantes, sindicatos e outras entidades da sociedade civil, para o celebrar da madrugada que findou a ditadura.

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