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João Caseiro: “É a mesma equipa, o mesmo projeto, os mesmos ideais, os mesmos valores: somos a Académica de Valores”

O garante de estabilidade, a demarcação das declarações do reitor e o respeito pelas decisões da Assembleia Magna foram algumas das promessas do candidato à Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra.

O Observatório do passado dia 21, quinta-feira, contou com a presença de João Caseiro, vice-presidente da atual Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC) e candidato pela Lista V a assumir o cargo do seu colega Cesário Silva, que, no passado mês de março, faleceu tragicamente num acidente de viação.

“Grosso modo, o projeto é o mesmo”

5 meses após ter sido eleito o projeto “Académica de Valores” para a DG/AAC, João Caseiro faz poucas mexidas na equipa que agora se candidata a seguir com o trabalho até agora desenvolvido. A necessidade de assumir o cargo de presidente leva a que Diogo Tomázio, atual chefe de gabinete (um cargo não estatutariamente previsto que deve ser assumido agora pelo Tomás Vidal, 1º vogal não especializado), passe a vice-presidente com a pasta do Desporto, enquanto os outros vice-presidente continuam com o mesmo trabalho em mãos (Daniel Aragão com a Cultura e João Diogo com os Núcleos). De resto, apenas a entrada formal de Mariana Silva, irmã de Cesário Silva, que já trabalhava com o grupo em Comunicação e Imagem, é digna de registo.

De acordo com o ainda vice-presidente, “somos a Académica de Valores por uma questão de coerência com aquilo que tem sido o nosso trabalho”, pois pretende dar continuidade ao plano de trabalhos e respetivo orçamento que esta DG/AAC elaborou e que já foi aprovado em Assembleia Magna. Assim, João Caseiro compromete-se a “dar estabilidade à casa” caso seja eleito.

“Não quer dizer que haja aqui uma rutura entre AAC e UC, mas claro que nós não nos vamos deixar de comprometer com aquilo que são as nossas causas”

Na sequência da entrevista do reitor Amílcar Falcão à Rádio Universidade de Coimbra, a discussão acabou por se centrar maioritariamente no que foi dito pelo dirigente da Universidade de Coimbra (UC). 4 dias volvidos desde as declarações, a DG/AAC atuou, emitindo um comunicado onde se demarca das afirmações. No entanto, o posicionamento acabou por ser alvo de críticas (o oponente Diogo Vale assinala que “demarcam-se, sem propriamente condenar ou mostrar desacordo com as afirmações”) e, por isso, João Caseiro justifica que “quisemos emitir um comunicado onde mostrávamos um posicionamento que nos distanciava das afirmações e que, ao mesmo tempo, evidenciasse as nossas posições”. O candidato revela que a Direção-Geral esteve à conversa com Amílcar Falcão e que mostrou as suas divergências, mas acrescento que “aquilo que poderá ser mais algum tipo de atuação da AAC é o que for discutido e aprovado em Assembleia Magna, porque nós estamos aqui é para ouvir e representar os estudantes”.

Antes de, na sexta-feira, um grupo de estudantes ter saído à rua para contestar as declarações do reitor, João Caseiro contestava a legitimidade de um protesto que não tinha sido convocado em Assembleia Magna. Apesar de reconhecer que qualquer manifestação pode ser levada a cabo, o estudante da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC) acusa a lista de Diogo Vale de a tentar desenvolver no seio da AAC ao enviar emails assinados por alguns dos membros a persuadir organismos da casa a participar. O candidato afirmou não estar a pensar avançar com nenhuma proposta de manifestação na próxima Assembleia Magna, mas explica que está a ser desenvolvido um um pedido formal à reitoria para a cedência de um novo espaço para a AAC.

“Não estamos aqui só para fazer estudos ou só para sair à rua”

Recordando uma discussão da passada Assembleia Magna, João Caseiro lembra que Diogo Vale tentou que o ponto que previa a realização de estudos que sustentassem as reivindicações da AAC fosse retirado do Plano de Atividades da DG/AAC. Apesar de reconhecer que “há particularidades que os números não conseguem comprovar”, uma vez que, “além de vertentes quantitativas, temos também de ter vertentes qualitativa”, o vice-presidente da Direção-Geral realça a importância desses dados e aponta que, tendo sido chumbada a moção de Diogo Vale em Assembleia Magna, ” a vontade dos estudantes é de que existam números a sustentar as nossas reivindicações”.

Segundo o representante da Lista V, “como já mostrámos em vários momentos, não temos qualquer problema em ir para a rua”. A deslocação a Lisboa no passado dia 24 de março – uma manifestação marcada pela não assinatura do documento da manifestação nacional, algo que justifica com o facto de este documento ter previsto a revogação do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES) (algo que, conforme discutido em Assembleia Magna, não constava no caderno reivindicativo elaborado a propósito das eleições legislativas) – foi o principal exemplo de João Caseiro, que alude também à saída à rua preparada para o próximo 25 de abril.

“Nunca iremos ter nenhum tipo de parceria que crie algum tipo de suscetibilidade em relação ao nosso trabalho enquanto associação”

Embora o curto período de tempo em que a atual DG/AAC esteve em funções não tenha permitido uma grande procura, João Caseiro garante que a equipa se tem empenhado na busca por novos apoios externos para a Associação Académica de Coimbra. De acordo com o candidato, a prioridade tem sido o reforço dos apoios atuais, embora o trabalho de procura de novos parceiros esteja a ser feita, deixando claro que “é possível ter uma atividade que garanta a sustentabilidade da casa a nível financeiro sem descaracterizar a identidade da Associação Académica de Coimbra”. O atual vice-presidente acrescenta ainda que o seu grupo tem tentado fazer uma gestão rigorosa da casa ao mesmo tempo que gere a dívida interna que ainda falta colmatar.

“Estamos em diálogo constante com a UC e com a entidade que está a levar a cabo a empreitada”

Depois de, em entrevista à RUC, Rodrigo Marques ter afirmado que a segunda fase das obras no edifício-sede da AAC está pensada já para o próximo ano de 2023, o reitor confessou que o investimento para a esta intervenção ainda não está garantido, podendo partir do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), PT2030, na sequência da constituição de uma possível Área de Recuperação Urbana (ARU) na qual a infraestrutura esteja incluída ou de um qualquer outro fundo externo. Nesse sentido, João Caseiro confirma que ainda não há nada definido, embora lembre que esta pasta não era sua e que este trabalho estava entregue ao administrador e ao presidente da DG/AAC.

O candidato explicou ainda que os possíveis problemas que possam afetar as secções que habitam o edifício estão a ser minimizados e adiantou também que há outras intervenções em marcha, tal como a requalificação dos jardins da AAC, a ser anunciada neste mês de maio.

“Se, como ao que tudo indica, a SAD for minoritária, fica salvaguardado o nosso principal interesse: a AAC não tem o seu símbolo nem o seu nome à venda”

Num último momento, João Caseiro ainda foi a tempo de responder acerca do novo investidor da Associação Académica de Coimbra / Organismo Autónomo de Futebol (AAC/OAF). Lembrando que um dos anteriores presidentes da DG/AAC, Daniel Azenha, já tinha avisado que “o símbolo e o nome da AAC não estão à venda”, o candidato pelo projeto “Académica de Valores” afirma estar de acordo com o a posição do antigo representante do órgão a que pretende presidir, mas explica que, sendo esta proposta para uma SAD minoritária, o problema não se coloca.

A entrevista completa ao candidato da Lista V pode ser ouvida através do link acima ou no nosso Spotify.

 

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