CMC atribuiu a Medalha da Cidade – Grau Prata a Cesário Silva
Realizou-se esta tarde a atribuição da medalha de Grau de Prata a Cesário Silva e uma sessão evocativa da Crise Académica de 1969 na Câmara Municipal de Coimbra.
A Câmara Municipal de Coimbra prestou hoje uma homenagem póstuma a Cesário Silva, antigo presidente da Associação Académica de Coimbra que morreu no passado dia 12 de Março, atribuindo-lhe a Medalha da Cidade, Grau Prata.
O Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva frisou a importância que a figura de Cesário Silva teve para o meio académico de Coimbra como representante e líder da Academia.
A par desta homenagem a Cesário Silva seguiu-se uma sessão evocativa da Crise Académica de 1969 organizada pela Câmara Municipal de Coimbra e pela Associação Académica. Teresa Carreiro docente e investigadora da Universidade de Coimbra foi uma das convidadas desta sessão que apelidou a década de 60 como um momento “horribilis” para a comunidade académica. Apesar de todas as condicionantes que os estudantes tiveram nessa altura, a professora considera que Coimbra sempre teve uma voz na luta pelos seus direitos e liberdades.
Os conhecidos movimentos “Operação Flor” em que os estudantes fizeram greve aos exames em 1969 e distribuíram flores a todos os habitantes da cidade e a “Operação balão” em que os estudantes desceram de novo à baixa levando balões onde estavam inscritas frases revolucionárias foram também invocados pela docente Teresa Carreiro como primordiais na luta pela liberdade. A investigadora afirmou que é fundamental que os estudantes continuem a seguir estes ideais.
João Caseiro, vice-presidente da associação Académica de Coimbra recordou o momento em que Alberto Martins, estudante do 3ºano do curso de Direito e, na altura presidente da Direção Geral da Associação Académica de Coimbra subiu a uma cadeira com a capa aos ombros e pediu para falar em nome de todos os estudantes tendo o seu pedido ser recusado pelo presidente da Republica, gesto que levou a uma ovação por parte de todos os estudantes. João Caseiro relembra este ato de união da comunidade estudantil e refere que esse principio vai continuar a estar presente no espírito da academia.
O vice- presidente João Caseiro relembrou ainda que é necessário o apoio por parte das instituições competentes para que a associação académica de Coimbra funcione de forma plena e consiga ajudar os estudantes nas suas dificuldades. João caseiro afirmou ainda que a Associação está disponível para ouvir toda a comunidade académica.
É de recordar que depois da crise estudantil de 1969 o ministro da Educação e o reitor da Universidade de Coimbra demitiram-se, um ano de viragem que largou no ar a rebeldia estudantil e associativista que culminou com a Revolução do 25 de abril que se deu alguns anos mais tarde.