Ricardo Gonçalves: “A equipa sentiu muito a posição em que se colocou – isto faz «os putos virarem homens»”
A manutenção da equipa de rugby da Associação Académica de Coimbra na primeira divisão nacional foi o mote para a conversa com João Luís Pinto (treinador) e com Ricardo Gonçalves (jogador).
O espaço de comentário do Observatório da passada quinta-feira, dia 14, ficou a cargo de João Luís Pinto e de Ricardo Gonçalves, treinador e jogador, respetivamente, da equipa de rugby da Associação Académica de Coimbra (AAC) que acabou de garantir a manutenção no primeiro escalão nacional.
“É uma obrigação da Secção de Rugby da AAC estar sempre no escalão máximo da competição em Portugal” – João Luís Pinto
Questionado sobre o que representa esta manutenção para o rugby da Académica, João Luís Pinto faz um balanço positivo do trabalho realizado e afirma que sente sempre o dever de manter a equipa conimbricense no mais alto patamar do desporto no nosso país. Apesar disso, o treinador reforçou que foi um ano e uma época atípica, quer seja por questões de covid-19, lesões, ou de jogadores que não conseguiram recuperar a tempo.
De forma algo surpreendente a equipa de Coimbra acabou o campeonato de calculadora na mão e a depender de terceiros. No final, a turma treinada por João Luís Pinto venceu o Benfica na última jornada e beneficiou do deslize do CDUP frente ao Direito.
Questionado sobre o final de temporada, João Luís Pinto admitiu que só nas últimas três jornadas conseguiu ter a equipa “ideal” em campo. O antigo selecionador nacional não tem dúvidas que a Académica em condições ideais e com todos os jogadores fisicamente preparados, consegue fazer a diferença. O jogo frente ao Benfica Rugby foi para João Luís Pinto uma prova disso mesmo, com a equipa a obter um resultado expressivo frente a um dos semi-finalistas da Taça de Portugal deste ano.
” Nos últimos jogos a qualidade foi subindo gradualmente” – Ricardo Gonçalves
Fazendo o balanço geral do campeonato, João Luís Pinto frisou que há sempre coisas a melhorar, apontando as questões logísticas como principal obstáculo – a falta de campo disponível para treinar todos os dias e a ausência de uma sala onde seja possível efetuar análises de vídeo, foram alguns dos principais problemas referidos pelo treinador.
Por seu lado, Ricardo Gonçalves frisou que a Académica apenas estava na posição em que estava por culpa própria e por erros próprios. O jogador da Académica admite mesmo que a equipa só esteve ao “seu nível” na reta final do campeonato, onde conseguiu mostrar serviço, alcançando dessa maneira o objetivo da manutenção, já na última jornada.
“Saio com sentimento de missão cumprida” – Ricardo Gonçalves
O jogador de rugby da AAC pôs um ponto final à carreira no último jogo do campeonato, frente ao Benfica – a partida que decidiu a manutenção da AAC Rugby. Em retrospetiva, Ricardo Gonçalves relembra 15 anos de escolhas e de trabalho em prol do desporto. Durante esta viagem o antigo capitão dos “Pretos” não teve problemas em admitir que houve “fases mais conseguidas e outras menos”, o que o levou a desenvolver um carinho muito especial pela modalidade. Sobre a Académica Ricardo Gonçalves não poupou as palavras. O atleta descreveu a Académica como um clube com um “ADN muito particular” e destacou que sai de cabeça erguida e com o sentimento de missão cumprida.
A entrevista pode ser ouvida na íntegra no nosso Spotify ou no link disponibilizado acima.