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José Manuel Silva: “A cidade deve imortalizar o nome do Cesário”

O presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, revelou que na próxima segunda-feira, dia 18 de abril, vai a reunião de Câmara uma proposta de atribuição da medalha da cidade de Coimbra, grau prata, ao malogrado presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra, Cesário Silva.

José Manuel Silva foi o convidado do programa Observatório de quarta-feira, dia 13 de abril. Sobre a cooperação da Câmara Municipal de Coimbra (CMC) com a Associação Académica de Coimbra (AAC), o autarca afirma que o compromisso com os estudantes será “sem limites, no que for possível e legal”. Confirmou ainda que as reuniões com os dirigentes da AAC ocorrerão mensalmente.

Como forma de lançar a relação simbiótica entre a CMC e a AAC,  o presidente do Município de Coimbra informou que a residência para estudantes vai avançar através do ‘FundBox’ no qual a Câmara de Coimbra tem uma participação maioritária. A autarquia avança também com a possibilidade de um ‘coworking’ de ‘start-ups’ e ainda uma sala de estudo aberta 24 horas, tudo na baixa da cidade.

“Não fomos agraciados com um número significativo de financiamento”

Em relação ao Fundo de Recuperação e Resiliência (PRR), o ex-Bastonário da Ordem dos Médicos afirma que como o seu executivo foi eleito “quando o comboio do PRR já estava em andamento”, não conseguiu aproveitar os fundos como queria. José Manuel Silva lança assim a crítica ao Partido Socialista, por não ter fomentado “projetos que pudessem ser apresentados de imediato”. O Presidente da CMC admite ainda que os fundos do PRR para a cidade de Coimbra não foram muito significativos.

“Temos de trazer os jovens universitários para a baixa”

A estratégia que o executivo camarário pretende seguir para dinamizar a baixa de Coimbra passa por trazer os estudantes para a mesma. Segundo o autarca, hoje em dia a população estudantil frequenta apenas a parte alta da cidade. De forma a contrariar essa tendência, José Manuel Silva acredita que uma residência de estudantes “com largas dezenas de quartos” e uma sala de estudo aberta 24 horas “trará outro panorama à baixa”. Informou ainda que a nova residência vai situar-se entre a Rua Direita e a Fernão Magalhães, embora sem conseguir precisar um calendário.

“Há Repúblicas onde já não residem estudantes, ou quase já não residem estudantes”

O presidente da CMC afirma que as Repúblicas têm de repensar a forma como existem. Para José Manuel Silva as Repúblicas devem ser Repúblicas de estudantes. O autarca avisa que a CMC não pode ajudar muito mais as casas de estudantes, para além do apoio que deu ao reconhecer o seu valor cultural e imaterial na cidade. “A Câmara Municipal não quer, nem pode tutelar tudo, a Câmara não é a mãe da cidade de Coimbra”, disse. Conclui que é preciso distinguir primeiro o que são “verdadeiras Repúblicas”.

Ouve ainda tempo para José Manuel Silva explicar as consequências do aumento genérico dos preços dos produtos devido à guerra na Ucrânia nas contas da autarquia. O valor ronda os seis milhões de euros. Acrescenta milhão e meio de euros disponibilizados pela CMC para complementar despesas em saúde dos trabalhadores do Município, algo que considera absurdo. Complementa o valor com mais dois milhões de euros relativos à descentralização de competências na área da educação, que também não aceita nem acha justo. Tudo junto culmina na impossibilidade de prever, desde já, o próximo orçamento da Câmara Municipal de Coimbra.

Pode ouvir a entrevista completa a José Manuel Silva no link acima ou no nosso Spotify.

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