Assunção Ataíde: “A candidatura “Bairro Comercial Digital” vem mesmo na hora H”
A candidatura à linha de financiamento “Bairros Comerciais Digitais” foi o tema em destaque no espaço de comentário do Observatório do dia 30 de março. Também houve tempo para falar, entre outros assuntos, do problema de segurança na Baixa de Coimbra, que Assunção Ataíde considera ser um “slogan”.
A Câmara Municipal de Coimbra (CMC), a Associação para Promoção da Baixa de Coimbra (APBC) e a Coimbra Mais Futuro estão a preparar uma candidatura conjunta à linha de financiamento “Bairros Comerciais Digitais”, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). A RUC conversou com a presidente da APBC, Assunção Ataíde, sobre o projeto.
“Isto foi sempre uma ambição desta direção da APBC”
Ao longo da pandemia da covid-19, “capacitar os comerciantes com ferramentas digitais” tornou-se “uma urgência”, afirmou Assunção Ataíde. A situação pandémica incentivou, nas palavras da presidente da APBC, a “modernização” do comércio. Porém, a agência já procurava “estimular a vontade de as pessoas engrenarem nestas novas dinâmicas digitais” antes da pandemia.
“Neste momento, é um bairro que tem que ter fronteiras, mas, a longo ou a médio prazo, nós queremos que estas fronteiras se alarguem”
A CMC, a APBC e a Coimbra Mais Futuro decidiram apresentar a Baixa da cidade como área candidata a “Bairro Comercial Digital”. Assunção Ataíde assegurou, contudo, que tencionam estender a área pelo menos até às “zonas limítrofes”, caso a candidatura seja aprovada.
“Nós gostávamos que a nossa candidatura fosse a identidade da cidade, mas também que fosse uma candidatura criativa”
A candidatura conta com o apoio de instituições de ensino, como a Universidade de Coimbra (UC), o Instituto Politécnico de Coimbra (IPC) e o Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra (ISCAC), bem como de espaços culturais e artísticos, como a Casa da Esquina e o Clube Jazz ao Centro (JACC). A dirigente da APBC salientou a ligação do projeto à arte e defendeu que é através dela “que os comerciantes poderão recomeçar a ter mais gente nas suas ruas e nos seus comércios”.
“A insegurança [na Baixa] acontece porque há inatividade”
Ter “lojas abertas, atividades, bons produtos, proatividade, boa dinâmica, boa divulgação” é “a estratégia” para a manutenção da segurança na Baixa, de acordo com Assunção Ataíde. A presidente da APBC mencionou também a importância de habitar a zona. Ressalvou, no entanto, que, por vezes, “é criada uma certa imagem de insegurança”. “Quando há um assalto na Baixa, todos os jornais divulgam aquele assalto e quando há assaltos noutras zonas da cidade não são tão valorizados”, afirmou.
A entrevista pode ser ouvida na íntegra através do link acima ou no Spotify da RUC.